| 29/09/2005 17h19min
O dólar à vista fechou em queda de 1,03% e bateu novo recorde de baixa nesta quinta-feira. A moeda americana terminou o dia valendo R$ 2,210 na compra e R$ 2,212 na venda, menor cotação desde maio de 2001. O risco-país brasileiro caía 8 pontos no final da tarde, aos 346 pontos centesimais. Com isso, o indicador de risco brasileiro está a 9 pontos do seu piso histórico (337 pontos).
Três fatores específicos contribuíram para a queda do dólar. Um deles foi o fluxo cambial, que permaneceu positivo durante todo o dia. Outro fator foi a proximidade do final do mês, que levou os investidores "vendidos" do mercado futuro a puxar a cotação para baixo, com o intuito de lucrar na liquidação de contratos.
Pela manhã, a fala do diretor de Polícia Econômica do Banco Central, Afonso Bevilaqua, teve interpretações desencontradas e influenciou o mercado. O diretor do BC afirmou que o Tesouro Nacional tem vencimentos de US$ 11,266 bilhões em 2006 e que, desse total, já comprou US$ 3,99 bilhões no mercado. O dólar chegou a subir 0,36%, com a perspectiva de novas compras do Tesouro, que não foram confirmadas.
Bevilaqua também afirmou que o BC poderá voltar a comprar dólares no mercado à vista, mas não sinalizou quando. A última vez que o BC convocou leilão para compra de moeda estrangeira foi em agosto, quando recusou todas as propostas dos bancos.
– O mercado se movimentou porque sabe que o único comprador com poder de fogo para tentar inibir as quedas do dólar é o governo. Se o BC continuar ausente, a tendência é o dólar continuar a cair – afirmou um profissional de um banco estrangeiro.
As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam em baixa, acompanhando o recuo das projeções de inflação. O destaque do dia foi a divulgação do relatório de inflação do Banco Central, relativo ao terceiro trimestre deste ano.
No documento, o BC informa que diminuiu a perspectiva de inflação deste ano de 5,8% para 5%. Para o ano que vem, houve redução de 3,7% para 3,5%. Para complementar o cenário de inflação menor, o IGP-M apontou deflação de 0,53 em setembro, contra queda de preços de 0,65 em agosto.
O Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2006 fechou com taxa de 18,99% ao ano, contra 19,01% do fechamento de quarta-feira. O DI de janeiro de 2007 teve a taxa reduzida de 17,65% para 17,58% anuais. A taxa Selic é hoje de 19,50% ao ano.
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