| 28/09/2005 19h19min
No discurso de defesa de sua candidatura a presidente da Câmara no segundo turno, o deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL), atual vice-presidente da Casa, disse que o governo está promovendo um 'espetáculo deprimente de cooptação política' ao oferecer ministérios e verbas em troca de votos para Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
– Não tenho verba, não tenho ministro e outras generosidades que não quero detalhar. Mas tenho vontade de servir a esta Casa – afirmou, depois de dizer também que tinha a oferecer dignidade, vergonha, vida limpa e amor à Câmara dos Deputados.
Nonô agradeceu pelos 182 votos recebidos no primeiro turno e disse que tenta agora os votos de PP, PTB, PDT e de um outro 'partido importante, o PCD, Partido da Câmara dos Deputados'. O pefelista citou novamente as promessas de liberação de verbas feitas pelo governo e disse que nem sempre elas são cumpridas.
– O voto é secreto. Secretíssimo – advertiu, pedindo aos deputados que votem com a consciência.
Nonô prometeu que seu primeiro ato, se eleito, será pedir uma audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E disse que terá uma relação respeitosa e saudável com o presidente da República, mas alertou:
– Presidente da República não mandará aqui. Aqui é a casa dos deputados.
Nonô afirmou ter sido, nos sete meses de mandato como primeiro vice-presidente, um 'magistrado', que soube conduzir as questões polêmicas com equilíbrio. E aproveitou para atacar o rival, Aldo Rebelo, que foi ministro de Lula:
– Como pode ser magistrado quem foi ministro da coordenação política do governo? – indagou.
O deputado do PFL recorreu a uma frase de efeito para mostrar que não se curvará, como presidente da Casa, a nenhum interesse:
– Não abaixo esse cangote para nada além da vontade popular – garantiu.
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