O deputado estadual José Nobre Guimarães (PT-CE), irmão do ex-presidente do PT José Genoino, entregou à ouvidoria da Assembléia Legislativa do Ceará a defesa por escrito em que tenta evitar a abertura de um processo por quebra de decoro parlamentar. O processo poderia levar à cassação do mandato de Guimarães.

A parte mais delicada da defesa trata dos R$250 mil que o deputado recebeu em 2003 das contas do publicitário Marcos Valério, apontado como um dos operadores do mensalão. Guimarães afirma que usou o dinheiro integralmente para pagar despesas não contabilizadas da campanha majoritária de 2002. Ele foi o coordenador político da candidatura de José Airton Cirilo (PT) no 2º turno.

O petista afirma que a tesouraria nacional do partido reconheceu os débitos e foi Delúbio Soares, o ex-tesoureiro do PT, quem encaminhou o dinheiro. Com isso, a defesa quer descaracterizar uso de caixa dois. O advogado dele, Hélio Leitão, também afirma que seu cliente não se beneficiou.

O ouvidor, deputado estadual Antônio Granja (PPS) tem até a próxima quinta para apresentar e levar o seu parecer à votação no Conselho de Ética da Assembléia, que tem nove membros.