O empresário Sebastião Buani apresentou hoje a cópia de um cheque que complica a situação do presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE). Dono do restaurante Fiorella, Buani acusa a secretária particular de Severino, Gabriela Quênia S. S. Martins, de ter descontado R$ 7,5 mil em 30 de julho de 2002.

A revelação foi feita durante entrevista coletiva na sede da Polícia Federal em Brasília. Antes da conversa com os jornalistas, o empresário rezou e agradeceu a Deus por ter decidido revelar as irregularidades na Câmara. Numa cena insólita, Buani levantou-se da mesa e fez uma oração pedindo paz ao país. Em seguida, apresentou o cheque:

– Quem sacou o cheque no banco foi a secretária particular de Severino, e não o motorista dele – disse.

Acompanhado da mulher Diana, Buani quase foi às lágrimas ao lembrar do apoio da família. No início da coletiva, disse que estão tentando desqualificá-lo e contestou as afirmações de que estaria falido e quebrado. No entanto, seu advogado, Sebastião Coelho, não perdeu a oportunidade de pedir doações para que seu cliente consiga pagar suas dívidas.

O saque ocorreu em uma agência do Bradesco. Segundo Buani, o cheque foi usado para pagar uma parcela da propina que teria sido exigida por Severino, então primeiro secretário da Câmara, para garantir a renovação do contrato do restaurante.

– Isso mostra que o mensalinho começou em 2002 – resumiu.

Buani ficou irritado quando questionado se o dinheiro não seria um empréstimo a Severino. No final da coversa, o empresário ironizou os elogios sobre a beleza da sua mulher, que estava vestida com um blazer bege e uma blusa escura com um decote,

– A musa não é a minha filha nem a milha mulher. É a dona Gabriela – disparou.