| 12/09/2005 11h40min
O ministro das Relações Institucionais, Jacques Wagner, negou hoje que o governo Lula tenha optado pelo apoio irrestrito ao presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP), acusado de receber de um empresário uma mesada de R$ 10 mil. No domingo, em entrevista coletiva, Severino afirmou que teria apoio do Executivo uma vez que seu partido constituiu a base do governo. O ministro foi taxativo:
– O tribunal é a Câmara, e não o governo. Não existe a figura do apoio ou da condenação. Nós queremos que as investigações sejam feitas. Tratam-se de dois poderes (Executivo e Legislativo) que devem ter relações independentes. Portanto, Lula não vai se manifestar sobre o mérito dessa questão. O presidente entende que esse assunto deve ser tratado nos trâmites da Câmara – disse Jacques Wagner, antes de participar de um seminário sobre reforma política na sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).
Segundo o ministro, a preocupação central do governo é que o caso que envolve Severino se resolva o quanto antes.
– A preocupação central do Executivo é que a solução, seja qual for, chegue o mais rápido possível para que a Câmara possa ter sua normalidade institucional – disse Jacques Wagner, que ouviu Severino dizer no domingo à tarde, antes da coletiva, que sentia-se caluniado.
Ao responder sobre se responsabilizaria a oposição pela eleição de Severino, o ministro disse que disputas políticas fazem com que muitas vezes as pessoas percam o bom senso e a racionalidade. Jacques Wagner disse ainda que não se deve fazer pré-julgamento em relação às denúncias contra Severino. Disse que o país está neste momento de crise com uma taxa alta de excessiva excitação em relação a denúncias.
– Isso faz com que qualquer coisa pareça o fim do mundo. É preciso baixar essa taxa de excitação para que as coisas não caiam numa vala comum.
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