| 11/09/2005 15h08min
O perito Adamastor Nunes de Oliveira, contratado para verificar a autenticidade do documento supostamente assinado pelo presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, para prorrogar o contrato de concessão de um restaurante da Câmara em favor do empresário Sebastião Buani, concluiu que o documento é falso e foi montado eletronicamente. Oliveira é integrante da Sociedade Internacional de Peritos em Documentoscopia, da Associação Brasileira de Criminalística e do Núcleo Técnico-Científico Forense.
O perito comparou a assinatura divulgada pelo endereço eletrônico da revista Veja com outros nove documentos assinados por Severino entre 2001 e 2005. Oliveira afirmou que a rubrica atribuída ao deputado, no seu aspecto formal, se assemelha as atualmente usadas pelo parlamentar, divergindo sobremaneira das utilizadas pelo presidenre na data atribuída à feitura do documento questionado.
O documento divulgado pela revista é datado de 4 de abril de 2002, mas, segundo Oliveira, o padrão da assinatura é semelhante aos documentos de 2005.
Sobre essa diferença, a assessoria de Severino ressalta que ele teve um pequeno acidente vascular cerebral em abril de 2004 e que alterou ligeiramente sua assinatura. Diante deste fato, a assessoria considera que a rubrica tenha sido forjada a partir da forma que ela tem hoje e não da assinatura que o presidente apresentava em 2002.
Em outro ponto da perícia, Oliveira afirma que o documento em questão apresenta grandes divergências em seu layout em relação aos documentos de comparação, principalmente na qualidade da imagem do brasão, cabeçalho, posicionamento de dados identificadores dos processos da Câmara na data. O perito, no entanto, ressalva a dificuldade de periciar uma cópia e salienta a necessidade de trabalhar com o documento original para obter um laudo preciso.
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