O deputado José Dirceu (PT-SP) foi intimado pela Polícia Federal (PF) para prestar depoimento sobre as relações com o empresário Marcos Valério de Souza, acusado de ser operador do mensalão e provedor de recursos para o caixa 2 do partido.

Com isso, Dirceu passa a ser, formalmente, investigado no inquérito que apura as supostas mesadas pagas a parlamentares e partidos em troca de apoio ao governo. O inquérito apura também o esquema de arrecadação e movimentação de recursos do caixa 2 petista. Por ser parlamentar, Dirceu tem o direito de marcar dia, local e hora do interrogatório.
A inclusão de Dirceu no rol de investigados foi feita pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, e aprovada pelo Supremo Tribunal
Federal (STF). Souza verificou que, ao longo de 2003 e 2004, o então ministro da Casa Civil teve três reuniões com Valério no Palácio do Planalto e duas em Belo Horizonte, em 2003 e 2004, em períodos que coincidem com grandes decisões ligadas ao mensalão. O procurador-geral levou em conta também a denúncia do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e a confirmação do próprio Valério feita à CPI dos Correios e à PF, de que o ex-ministro conhecia o esquema.