| 26/08/2005 14h35min
A cautela com os desdobramentos da crise política voltou a dar o tom dos negócios no mercado financeiro, como costuma acontecer às sextas-feiras. O dólar fechou a manhã em alta de 1,08%, cotado a R$ 2,422 na compra e R$ 2,424 na venda. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) terminou o período em queda de 1,22%, com 27.067 pontos e R$ 576,7 milhões em negócios.
Depois de uma quinta-feira de números bastante positivos, com o depoimento sem provas do advogado Rogério Buratti, o mercado voltou a exibir preocupação com a crise política. Voltaram a circular nas mesas de operações rumores sobre denúncias em revistas semanais. Com isso, o mercado de câmbio se retraiu. Segundo operadores, o dólar subiu "no vazio", já que o volume de negócios foi baixo.
No cenário econômico interno, o destaque são os números das contas públicas. O superávit primário (receita menos despesas, excluindo os gastos com juros) da União (governo federal, estatais, estados e municípios) em julho cresceu 32,9% sobre o mesmo mês em 2004 e atingiu R$ 8,796 bilhões. O resultado é o melhor para meses de julho desde o início da série histórica elaborada pelo Banco Central, em 1991.
No mercado futuro de juros, as projeções se ajustaram para cima, acompanhando a depreciação dos mercados. As taxas ignoraram a deflação de 0,07% registrada pelo IPC-Fipe na terceira quadrissemana de agosto. O Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2007, o mais negociado, tem taxa de 18,16% ao ano, contra 18,04% do fechamento da quinta-feira.
Na Bovespa, além do temor de novidades no cenário político, contribuiu para a venda de ações o desempenho bastante negativo das bolsas americanas. A queda da confiança do consumidor americano foi um dos destaques, junto com o discurso do presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan.
No Índice Bovespa, as maiores quedas ao final da manhã eram de Tim Participações ON (-5,34%) e Banco do Brasil ON (-3,64%). As altas mais significativas do índice eram de Bradespar PN (+2,29%) e Embraer PN (+0,51%).
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