| 25/08/2005 14h30min
O consumidor ainda continua bastante endividado. Apesar da inadimplência cair em julho, pelo segundo mês consecutivo, nos últimos 12 meses o endividamento é bastante alto. De acordo com levantamento divulgado hoje pelo Serasa, a inadimplência de pessoas físicas cresceu 10,2% na comparação com julho de 2004. Nos primeiros sete meses de 2005, o índice foi 13,2% maior que no mesmo período do ano passado. Entre junho e julho a inadimplência caiu 3,7%.
– A alta do indicador no acumulado do ano de 2005 decorre do elevado endividamento da população, fruto da expansão do crédito financeiro às pessoas físicas e do expressivo crescimento da aquisição de bens de consumo duráveis, por meio dos financiamentos da rede varejista – de acordo com os técnicos da Serasa.
Para os economistas da Serasa, também contribuem para o resultado as elevadas taxas de juros do crédito ao consumidor. A situação melhorou um pouco nos últimos dois meses por conta da redução nas taxas de desemprego e do aumento da renda, conseqüências das menores taxas de inflação e do aumento real dos salários.
Pelo quarto mês consecutivo, a taxa de desemprego na Região Metropolitana de São Paulo permaneceu em 17,5% da População Economicamente Ativa (PEA) em julho, segundo pesquisa da Fundação Seade e do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-econômicos (Dieese). Entre maio e junho, o rendimento médio real do total de ocupados cresceu 1,8%, passando a equivaler R$ 1.040. Nos últimos doze meses, a queda acumulada é de 2,8%.
Os técnicos da Serasa estão orientando os empresários a adotarem práticas adequadas de concessão de crédito, ainda que a inadimplência esteja em baixa nos últimos meses. Segundo ele, é preciso definir políticas de crédito compatíveis com a conjuntura e o segmento de atuação da empresa e a monitoração contínua do risco da carteira de clientes para não perder dinheiro.
De acordo com o levantamento, em julho de 2005, os consumidores passaram muito cheque sem fundo. Entre os inadimplentes, 36,3% passaram cheques sem fundos. No mesmo mês de 2004, o índice era de 34,9% e, em 2003, os registros tinham um peso de 36%. As dívidas com cartões de crédito e financeiras ficaram atrás dos cheques sem fundos na representatividade da inadimplência. Em julho de 2005, a participação dos registros das dívidas com cartões e financeiras teve peso de 33,9% do indicador, o mesmo que em 2004. Em 2003, o índice era de 33%.
Os consumidores também não pagaram as suas dívidas com os bancos. O índice que aponta os registros das dívidas com os bancos apresentou a terceira maior participação no indicador, com 28%. Em julho de 2004, os registros tinham um peso de 29,6% e no mesmo período de 2003, representavam 29% do indicador. Já os títulos protestados representam, há cerca de três anos, menos de 2% das dívidas não pagas de pessoas físicas.
A dívida média no cheque sem fundo foi de R$ 528,66 em julho de 2005.
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