| 16/08/2005 18h14min
Em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Mensalão, o ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas disse que não tem conhecimento do valor que foi repassado ao PL pelo PT para a campanha eleitoral de 2002. Segundo ele, o presidente do partido, ex-deputado Valdemar Costa Neto (SP), informou que o então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, firmara o compromisso de ajudar o PL a saldar as dívidas da campanha.
Jacinto Lamas confirmou que recebeu envelopes na agência da SMP&B em Belo Horizonte. No entanto, alegou que desconhecia o conteúdo dos pacotes. Valdemar revelou recentemente que recebeu R$ 800 mil da SMP&B, por intermédio do ex-tesoureiro. Lamas negou ainda que tivesse contato direto com Delúbio Soares. O ex-tesoureiro arrancou risos dos integrantes da CPI ao responder ao deputado e relator da comissão Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG) reafirmando que desconhecia o conteúdo das encomendas para o deputado Valdemar Costa Neto.
– Deputado, se eu ia ao banco eu tinha apenas noção de que não poderia ser nem carne nem pão – riu, acompanhado do próprio relator.
O ex-tesoureiro aparece como responsável por saques que totalizam R$ 2,4 milhões das contas do publicitário Marcos Valério. Lamas disse que nunca ouviu falar em pagamento a deputados. Ele afirmou que testemunhou, em algumas situações, algumas conversas telefônicas entre Costa Neto e Delúbi, sobre a demora no repasse de recursos prometidos pelo petista ao PL.
– Eu vi o (então) deputado Waldemar da Costa Neto várias vezes nervoso com o senhor Delúbio Soares, no telefone, reclamando de atraso no acerto das questões da campanha. Ele falava ao telefone e mandava faxes para o Delúbio reclamando do atraso – contou.
De acordo com Lamas, todos os recursos obtidos com Delúbio Soares tinham um único objetivo: pagamento de despesas da campanha eleitoral de 2002, quando PT e PL fizeram uma aliança nacional para as eleições.
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