| 11/08/2005 17h12min
Desde o depoimento da mulher do publicitário Marcos Valério, Renilda de Souza, o mercado financeiro não reagia tão mal a declarações feitas na CPI dos Correios. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o pregão viva-voz de hoje contabilizando queda de 1,48% depois de 15 dias de calmaria e bons números diante das afirmações do publicitário Duda Mendonça. O publicitário admitiu receber dinheiro do PT no Exterior. Duda foi responsável pela campanha publicitária que levou à vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002.
Entre o depoimento de Renilda e o de Duda Mendonça a Bovespa cravou alta de 10,5%, embora a crise política não tenha saído da manchete dos jornais. O que tem garantido calmaria ao mercado até agora tem sido o fato de os integrantes da equipe econômica não estarem diretamente ligados ao escândalo do "mensalão" e dos empréstimos petistas e de o presidente Lula continuar preservado.
O mercado financeiro, que costuma reagir com muito nervosismo a qualquer fato, tem demonstrado um sangue frio incomum diante das CPIs em andamento. O principal medo é que as denúncias abalem a condução da política econômica.
Embora as oscilações comuns ao mercado continuem a ocorrer, elas são menos constantes do que no passado recente. Na avaliação dos economistas, é o superávit da balança comercial - que apresenta constantes recordes – e o juro alto, que atrai investidores internacionais, que garantem à economia vir saindo praticamente ilesa da crise política até agora.
Na prática, a política vai mal, mas a economia vai bem e só correrá riscos se o epicentro da crise sair dos políticos para a ala econômica ou para o Palácio do Planalto.
As informações são da Agência O Globo.
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