| 10/08/2005 21h11min
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Correios recebeu na noite desta quarta provas de que o Banco Rural fraudou informações passadas à comissão, conforme informações divulgadas pelo Jornal Nacional, da Rede Globo.
A alteração dos documentos foi descoberta em perícia do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal. Segundo a PF, de seis arquivos com movimentações financeiras enviados pelo Banco Rural à comissão, quatro estavam com alterações.
Segundo o deputado Onix Lorenzoni (PFL-RS) houve uma maquiagem do Banco Rural nas contas da empresa SMP&B de Marcos Valério. Para o parlamentar, a perícia mostrou que o Banco Rural forjou dados para sustentar as versões de Valério sobre os empréstimos, que, segundo o empresário, teriam sido a origem do dinheiro distribuído para políticos.
Num dos arquivos, havia 5 mil registros originais. O documento enviado à CPI tem 35 mil registros. Num outro arquivo, os registros pularam de 7 mil para 17 mil. Esses arquivos registram as movimentações financeiras feitas pela SMP&B no Banco Rural como depósitos, empréstimos, transferências bancárias e pagamentos feitos por doc ou cheque.
Segundo Lorenzoni, essa alteração nos arquivos reforça a idéia de que há uma relação de proximidade entre Valério e a cúpula do Banco Rural. O parlamentar acrescentou que a descoberta da manipulação dos dados do banco é mais um motivo para a necessidade do depoimento da presidente do Rural, Kátia Rabello.
– Estamos concluindo que esta maquiagem nos arquivos do Rural foi feita motar a versão apresentada por Valério e justificar sua movimentação – disse Lorenzoni.
Se ficar caracterizada a destruição de provas, os responsáveis podem ser presos e processados por obstrução das investigações.
Com informações da Agência O Globo.
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