| 05/08/2005 14h55min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu hoje um grupo de empresários que foi ao Palácio do Planalto entregar uma proposta de agenda mínima, para evitar que a crise política afete a economia. No documento apresentado ao presidente, os empresários afirmam que o cenário político e as eventuais conseqüências das investigações que estão sendo feitas no Congresso não devem levar o Brasil à paralisia.
O documento inclui desde reformas estruturais a projetos técnicos. A lista de empresários recebidos pelo presidente incluiu o presidente da Conferedação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro, e o presidente do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau. O aumento do superávit primário do governo (receita menos despesas sem considerar pagamento de juros) com redução dos gastos públicos é um dos itens que constam do documento elaborado por CNI, Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), Confederação Nacional do Comércio (CNC), Confederação Nacional dos Transportes (CNT) e Ação Empresarial.
Os empresários sugerem que o governo adote uma meta de superávit primário maior do que a prevista para este ano, que é de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB), por meio da redução dos gastos correntes e preservando investimentos.
– O aprofundamento do uso da âncora fiscal no processo de estabilização ampla da economia irá agregar maior qualidade à política fiscal, dando-lhe maior transparência, credibilidade e efetividade (...) com redução no ritmo de crescimento dos gastos com custeio – declara o documento.
Esses gastos são os utilizados para manutenção da máquina pública, como salários de funcionários. Ainda segundo o texto, a atual crise deve ser transformada numa oportunidade de avanços institucionais que aperfeiçoem o sistema político e consolidem a democracia. A agenda também afirma que o Brasil percorreu um difícil caminho rumo à estabilidade econômica e que, apesar da alta dos juros, da excessiva carga tributária e da necessidade de melhorar a qualidade do ajuste fiscal, a economia brasileira encontrou um rumo que deve continuar a ser trilhado.
O documento está dividido em cinco áreas principais que tratam de infra-estrutura, sistema tributário, ambiente regulatório, reforma do Estado, inovação e sistema político.
Os empresários propõem, por exemplo, que o governo melhore a administração pública por meio da nomeação de funcionários de carreira para ocupar cargos de confiança, reestruture a administração pública com a redução do número de ministérios e melhore a qualidade dos gastos. Na área política, eles defendem um aperfeiçoamento da legislação eleitoral por meio do estímulo à fidelidade partidária, da transparência do financiamento de campanha e da redução dos custos de campanha.
As informações são da Agência O Globo.
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