| 04/08/2005 22h03min
A CPI do mensalão estreou hoje com o longo e repetitivo depoimento do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e sem garantias de que vá mesmo adiante. O presidente da comissão, senador Amir Lando (PMDB-RO), quer que a CPI dos Correios encaminhe para lá tudo que já foi apurado sobre a existência do pagamento de mesada a parlamentares em depoimentos, documentos e extratos bancários, o que não é pouco, depois de quase dois meses. Mas os comandantes da CPI dos Correios não estão nada dispostos a perder espaço para os investigadores da sala ao lado.
A idéia, não assumida, é literalmente "empurrar com a barriga": muitas reuniões e nenhum resultado, pedidos de desculpas e nada de concreto para os vizinhos. Os integrantes da CPI dos Correios argumentam que a comissão ganhou luz própria e não vale à pena dividir o que sabe com outra CPI que engatinha. Querem mesmo é que a "outra" vire uma espécie de xepa, alimentada com os restos.
A CPI do mensalão, por sua vez, quer cópias de todos os documentos já obtidos, para adiantar o serviço. O deputado Moroni Torgan (PFL-CE) sugeriu usar os mesmos assessores técnicos. Lando já pensou, inclusive, em ocupar o mesmo espaço onde são analisados documentos. Também tem dito que sua CPI poderia ter até um "puxadinho" para os documentos novos.
Durante toda a semana, Lando e o senador Delcidio Amaral (PT-MS), presidente da CPI dos Correios, marcaram encontros frustrados. Nesta quinta-feira, na reunião da CPI do mensalão, deputados defenderam que sejam quebrados os mesmos sigilos dos investigados e suspeitos. E tentou até sair na frente da concorrência: marcou para a terça-feira depoimento do empresário Marcos Valério e para a quinta-feira de seu sócio, Cristiano Paz. A CPI dos Correios pensava em convocar novamente Valério.
As informações são da Agência O Globo.
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