A inflação medida pelo Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) registrou deflação de 0,25% na segunda prévia de julho, contra -0,38% em igual período do mês de junho. O resultado ficou além do esperado pelos analistas de mercado, que previam uma variação negativa de 0,10%. No ano, o IGP-M acumula alta de 1,5% enquanto que no período de 12 meses a variação positiva é de 5,48%.

A variação da segunda prévia do mês deve reforçar a tese do mercado de que o Comitê de Política Monetária do Banco Central deve iniciar o corte dos juros já em agosto ou, no máximo, em setembro. O Copom decide hoje a taxa que deve vigorar até agosto. A expectativa é que, ainda desta vez, a Selic deve ser mantida nos atuais 19,75%, com seus integrantes preferindo aguardar mais um "pacote" de índices de inflação.

Dos três índices que compões o IGP-M, o Índice de Preços no Atacado (IPA) teve variação negativa de 0,48%, contra -0,90% na segunda prévia de junho. Nesta apuração, ocorreram acelerações nos três índices componentes do IPA. Os bens finais registraram variação de -0,23%, ante -0,42%, no mês anterior. O índice de bens intermediários teve sua taxa de variação elevada de -0,67%, em junho, para -0,48%, em julho, e o de matérias-primas brutas, apresentou taxa de variação de -0,81% em julho, ante -1,98% em junho.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) recuou sua taxa de 0,05%, em junho, para 0,03%, em julho. A redução foi motivada, principalmente, pelos grupos alimentação e vestuário, cujas taxas de variação passaram de -0,58% para -0,76% e de 1,24% para 0,37%, respectivamente. No primeiro grupo, contribuiu para a desaceleração o item hortaliças e legumes, cuja taxa de variação passou de -4,28% para -6,60%, e no segundo, o subgrupo roupas, que passou de 1,88% para 0,40%.

Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou variação de 0,65%, ante 2,20%, em junho. Enquanto o índice relativo a materiais e serviços teve elevação de 0,28%, em julho, após alta de 0,24%, em junho, a parcela referente à mão-de-obra se desacelerou, com a taxa de variação baixando de 4,54%, em junho, para 1,07%, em julho. Neste mês, as cidades com reajustes salariais captados pelo índice foram Curitiba e Porto Alegre.

A pesquisa da segunda prévia do IGP-M compreende o intervalo entre os dias 21 do mês anterior e o dia 10 do mês de referência.

Com informações do Globo Online e da FGV.