| 13/07/2005 02h54min
Acusado de operar o suposto mensalão para o PT, o publicitário Marcos Valério funcionou como um intermediário entre a direção petista e empresários.
De acordo com a agência Globo, esta conexão foi admitida pela primeira vez pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares em depoimento à Polícia Federal no dia 8 passado. No depoimento, ele teria confirmado que Valério apresentou a ele e ao partido os dirigentes dos bancos BMG e Rural, que fizeram empréstimos de R$ 2,4 milhões e R$ 3 milhões ao PT. As duas operações tiveram o publicitário como avalista.
No depoimento ao delegado federal Luís Flávio Zampronha de Oliveira, tomado na Polícia Federal em São Paulo, Delúbio também revelou que Valério foi o intermediário de uma visita feita por ele e pelo ex-presidente do PT José Genoino à siderúrgica Usiminas. O tesoureiro contou ainda que foi Valério quem promoveu uma reunião sua com o empresário Carlos Rotenburgo, do grupo Opportunity. No encontro, Rotenburgo teria solicitado uma
aproximação com o PT para
melhorar a imagem do grupo Opportunity. Segundo Delúbio, era comum nos encontros entre ele e Valério estarem presentes outras pessoas.
O tesoureiro explicou que os dirigentes do BMG apresentados por Valério ofereceram as melhores condições para o empréstimo, que já tinha sido negado pelos bancos Santos, Bradesco, Schahin, ABN-Real, entre outros que o ex-tesoureiro disse não se lembrar mais. O banco exigia, entretanto, um avalista com bens para lastrear a operação. Delúbio tentou isentar o ex-presidente do PT José Genoino de participação no caso. Disse que ele sabia do pedido de empréstimo, mas não participou da escolha do banco ou do avalista. Delúbio declarou à PF ter como patrimônio R$ 163 mil numa conta bancária e um carro Corola, comprado parcelado.
Com base em dados do Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf), a movimentação financeira registrada nas contas bancárias pessoais de Marcos Valério, de sua mulher, Renilda Maria Santiago Fernandes, e de seis
empresas do
publicitário totaliza R$ 1,6 bilhão nos últimos cinco anos.
As informações são do jornal Zero Hora
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