| 20/06/2005 22h46min
Todos os envolvidos nas denúncias de corrupção nos Correios citados na fita de vídeo em que o ex-diretor da empresa, Maurício Marinho, recebe dinheiro de suposta propina, serão convocados para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) que investiga o caso. A decisão foi tomada pelo presidente da CPMI, senador Delcídio Amaral (PT-MS) e pelo relator, Osmar Serraglio (PMDB-PR), durante reuniões no decorrer desta segunda, dia 20.
Depois do depoimento de Maurício Marinho, previsto para a terça, deverão ser convocados o ex-agente do Serviço Nacional de Informações (SNI) José Fortuna; o ex-professor da Escola Naval Arlindo Molina; o empresário Arthur Washek Neto e o ex-diretor de Administração dos Correios, Antônio Osório. O empresário confessou à Polícia Federal ter sido o mandante da gravação das fitas de vídeo. Fortuna e Molina são acusados pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de tentar extorqui-lo para não revelar o teor da fita. E o ex-diretor dos Correios é citado por Marinho, na gravação, como integrante do suposto esquema de corrupção na estatal que, segundo ele, era encabeçado por Jefferson.
A decisão do presidente e do relator ainda será submetida ao plenário da comissão. Segundo Delcídio Amaral, o objetivo é ter os subsídios necessários ao estudo, em uma segunda etapa dos trabalhos, dos requerimentos de convocação de outras pessoas, como o deputado Roberto Jefferson. O relator Osmar Serraglio não descartou a possibilidade de convocar, também nesta primeira etapa, o publicitário mineiro Marcos Valério de Souza. Serraglio destacou que a empresa de Marcos Valério tem uma das contas publicitárias dos Correios, o que justificaria a convocação dele.
Amaral e Serraglio alertam que é preciso cuidado para não misturar as investigações sobre a corrupção nos Correios com as denúncias feitas pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), de pagamento de mesadas, pelo PT, a deputados do PL e do PP, pois estas serão investigadas, segundo eles, por outra CPI. O requerimento para a criação desta comissão parlamentar de inquérito já foi entregue ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
As informações são da Agência Brasil.
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