| 18/06/2005 12h31min
Os chanceleres do Mercosul começaram, no sábado, dia 18, um encontro de cúpula presidencial que tentará reafirmar o processo de integração, apesar dos eventos anteriores terem mostrado avanços escassos nos âmbitos político e comercial. Os ministros do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai -- sócios plenos do pacto -- darão os últimos retoques agenda dos mandatários, que inclui a criação de um fundo estrutural comum e a assinatura de um protocolo de respeito aos direitos humanos.
Também assistirão ao encontro, que ocorrerá domingo e segunda em Assunção, os presidentes do Chile, Equador, Colômbia e Venezuela, e os chanceleres de Peru e Bolívia, nações associadas ao bloco. Nas reuniões preparativas de caráter técnico, os países não chegaram a um acordo para criar um sistema de regulamentação comercial para evitar desequilíbrios no intercâmbio de produtos, uma medida que diz respeito às economias maiores do Mercosul, Brasil e Argentina.
A Argentina procura fazer com que o Brasil aceite criar um mecanismo para impedir que as importações brasileiras prejudiquem sua indústria local. Tampouco se obteve um consenso sobre uma proposta semelhante do Paraguai, que pretendia criar um mecanismo temporal para aplicar nas exportações de países que passam por bruscas oscilações de câmbio. O projeto de criação de um Parlamento comum também entrou em choque com a posição paraguaia, que exige uma conformação igualitária de seus membros e descarta o estabelecimento de uma representação proporcional ao número de habitantes de cada país.
O argentino Néstor Kirchner será o presidente que permanecerá por menos tempo no Paraguai, já que pretende deixar o país na noite de domingo, depois de um encontro com seus colegas na sede do governo local. Kirchner, que não participará da reunião oficial do bloco prevista para segunda de manhã, terá um diálogo bilateral com o anfitrião do encontro, o paraguaio Nicanor Duarte Frutos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegará na capital paraguaia em um momento delicado de sua agenda política devido ao escândalo de corrupção que envolveu o PT e custou o cargo do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu.
As informações são da agência Reuters.
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