O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) decidiu na noite desta quarta, dia 25, apoiar a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncia de corrupção nos Correios. Ele descumpriu a ordem do partido, reconhecendo que sua atitude pode impedi-lo de disputar, pelo PT, uma vaga no Senado nas eleições do ano que vem.

– Mesmo que o PT não queira que eu seja candidato em 2006, o melhor para o partido e para o presidente Lula é que eu assine esse requerimento, porque o partido precisa refletir mais suas posições – afirmou o senador, chorando, ao assinar o requerimento em plenário.

Muitos senadores da sigla manifestaram vontade de colaborar com a criação definitiva da CPI, mas, pelos menos até o momento, optaram por respeitar decisão do partido. Suplicy havia conversado mais cedo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem ouviu a promessa de dedicar total empenho para que a Polícia Federal e o Ministério Público intensifiquem as investigações.

O argumento de Lula, no entanto, foi vencido, segundo o senador, pelas pressões de "todo o Brasil" para que assinasse o requerimento. O governo pediu que os petistas não aderissem ao movimento da oposição de instaurar a investigação parlamentar por entender que a CPI será palco eleitoral para atingir Lula.

O governo tem até a meia-noite desta quarta-feira para reverter a criação da CPI. Para isso, terá de convencer aliados, inclusive petistas, a retirarem suas assinaturas. As regras determinam que é necessário um mínimo de 21 assinaturas no Senado e de 171 na Câmara para a criação de uma CPI mista. Segundo o placar atual, há o apoio de 52 senadores e 258 deputados.

As informações são da agência Reuters.