| 17/08/2001 07h33min
A falta de provas concretas para justificar a abertura de um processo de cassação por quebra de decoro contra o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) está incomodando a oposição. A bancada oposicionista tentará marcar para a próxima semana os depoimentos do presidente licenciado do Senado e do inspetor do Banco Central (BC) Abrahão Patruni Júnior. Depois de 16 dias de trabalho, a comissão não encontrou nenhuma prova para acusar Jader por quebra de decoro parlamentar. Reservadamente, os parlamentares começam a admitir dificuldades para propor a cassação do seu mandato. A investigação deve ser concluída até o dia 3 de setembro. Ainda não há decisão de convidar Patruni, e os documentos relativos às principais acusações contra Jader não foram analisados. Sem poderes para quebrar sigilo fiscal, a comissão enfrenta dificuldades para ter acesso a declarações de renda das empresas do senador, cujo exame é necessário para apurar se Jader mentiu ao dizer que declarou a compra de uma fazenda do empresário Osmar Borges, apontado pelo Ministério Público Federal como o maior fraudador da extinta Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). O senador Romeu Tuma (PFL-SP), coordenador da comissão, disse que vai receber da revista Veja cópias dessas declarações. Como não foram obtidas legalmente, elas não poderão ser usadas como prova. Tuma disse que, se o exame preliminar dos documentos mostrar que a operação não foi lançada, eles poderão ser usados como indício de que o senador mentiu para propor abertura de processo por quebra de decoro. Jader tem afirmado que a transação está registrada e se disse disposto a mostrar as declarações. Senadores de oposição acham que Jader tem sido hábil em sua defesa, porque tira proveito das vitórias que obtém e evita explicar as acusações mais graves. Jader decidiu fazer pronunciamento na quarta-feira, aproveitando a derrubada de uma das denúncias contra ele: os indícios de que teria sido fraudado o diálogo gravado em uma fita e reproduzido pela revista IstoÉ, no qual o deputado Mário Frota (PDT-AM) acusaria o senador de cobrar propina para liberar recursos da extinta Sudam.
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