Pressionado pelo PMDB, o presidente do Congresso, senador Jader Barbalho (PMDB-PA), admitiu aos aliados que aceitaria se licenciar do cargo e do mandato para ganhar tempo e se defender das acusações de desvio de verbas públicas na época em que era governador do Pará. A expectativa era de que o pedido de licença seria apresentado ontem mesmo, mas Jader recuou. A parentes disse que não pensa em deixar o cargo imediatamente, mas admite pensar no assunto em agosto, depois do recesso. O recuo de Jader é atribuído aos prejuízos que a iniciativa lhe traria. Ele perderia a imunidade parlamentar e concorreria para aumentar ainda mais o isolamento com o partido. Como vantagem, a licença do mandato adiaria o julgamento da representação feita ontem pela oposição no Conselho de Ética. Só que permaneceria o risco de os oposicionistas também representarem contra o pai e suplente dele, Laércio Wilson Barbalho (PMDB-PA), igualmente implicado nas investigações sobre o desvio de recursos do Banco do Estado do Pará (Banpará) e na venda de Títulos da Dívida Agrária (TDAs). Laércio, de 82 anos, disse ontem que não assumirá a vaga de senador se o filho sair do cargo.