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O PMDB explicitou nesta quarta, dia 24, seu pedido de mudanças na política econômica, além de voltar a cobrar mais ousadia por parte do governo, deixando claro que pode se retirar da base governista se o rumo da economia não mudar.
– O apoio que o partido dá ao governo federal é subordinado a uma política que promova o crescimento, distribua renda e gere emprego – diz o partido em nota divulgada após reunião da Executiva Nacional.
– Não há rompimento com o governo. É claro que, se ao longo do tempo, esse eixo programático não for cumprido, fica difícil o apoio – declarou o presidente nacional do partido, deputado Michel Temer (SP).
Segundo Temer, o partido vai "insistir muito na reformulação de alguns tópicos da política econômica".
Ao ser lembrado que o PT, no início do mês, cobrou mudanças e teve como resposta que nada mudaria, o deputado enfatizou:
– Nós do PMDB vamos insistir muitíssimo, vamos passar da palavra para a ação.
Perguntado sobre prazos para que essas mudanças aconteçam, Temer foi evasivo, mas admitiu que o final do segundo ano de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ou seja o final deste ano, poderia ser um bom momento para uma avaliação.
O presidente do diretório paulista, Orestes Quércia, que também participou da reunião da Executiva, reforçou a argumentação.
– Queremos apoiar o governo, mas queremos também que se inicie um processo de crescimento do país – disse Quércia ao chegar ao Palácio do Planalto para reunião com o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu.
Depois do encontro com o ministro, Quércia procurou ressaltar um tom positivo da nota.
– Comentei com o Dirceu que a nota ajuda o governo, porque pressiona por mudanças (...) é um documento de colaboração com o governo.
Segundo a nota do partido, "é inaceitável" o discurso da incompatibilidade entre o controle da inflação e o crescimento econômico.
– É preciso ter ousadia para romper os obstáculos que constrangem o crescimento da economia – afirma o partido que sugere seis medidas.
Entre as sugestões estão a redução da carga tributária, principalmente para pequenas e médias empresas; correção da tabela do Imposto de Renda para estimular o gasto da classe média; redução "ordenada" da taxa de juros com esforço efetivo de redução do juro bancário; e definição de um programa de investimentos em infra-estrutura, de um programa de habitação popular e para a classe média.
Desde a divulgação, no mês passado, da contração econômica do país em 2003, cresceram as críticas à política econômica dentro da base governista. O próprio Temer já havia cobrado ousadia ao governo no último dia 14, quando o PMDB realizou a convenção que o reelegeu para a chefia do partido.
Temer é pré-candidato à prefeitura de São Paulo, nas eleições de outubro deste ano.
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