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Oposição concentrará ataques na segurança e na perda da Ford

Adversários de Tarso mostram disposição para atuar de forma coordenada

Os quatro pré-candidatos de oposição ao PT já lançados no Rio Grande do Sul terão uma atuação sincronizada nas eleições deste ano. A semana que passou, a primeira com todos os adversários cumprindo agenda oficial de campanha, revelou uma semelhança nos discursos de Antônio Britto (PPS), Celso Bernardi, José Fortunati (PDT) e Germano Rigotto (PMDB).

A sintonia da oposição pôde ser comprovada na quarta-feira, durante palestra de Britto na Federação das Associações Empresariais do Estado (Federasul). O evento foi prestigiado por Fortunati e Bernardi. Britto deve ser o maior beneficiado com a estratégia da oposição de centrar os ataques na candidatura de Tarso Genro (PT), líder nas pesquisas de intenção de voto. Entre os oposicionistas, é o que tem maior densidade eleitoral (na última pesquisa Cepa-UFRGS publicada por Zero Hora apareceu em segundo lugar, empatado tecnicamente com Tarso). A contestada política de segurança pública do governo Olívio e a perda da Ford terão prioridade nas campanhas de Britto e Bernardi. O pré-candidato do PPB vai procurar se diferenciar dos demais concorrentes de oposição, dirigindo seu discurso para o eleitor conservador.

– Não aceitamos o crime contra a propriedade. Aos invasores de terra, tolerância zero. Bandido terá dois caminhos na nossa administração: ou vai embora do Estado ou vai para a cadeia – afirma Bernardi, dando o tom do seu discurso.

O pré-candidato do PPS vai procurar explorar a perda da Ford, uma das conquistas de sua administração (1995-1998). Com isso, tentará provar que o Estado saiu da rota dos grandes investimentos nos últimos três anos, fechando as portas para o empresariado.

O quadro eleitoral no Rio Grande do Sul está praticamente definido. Dos maiores partidos no Estado, apenas o PSDB não decidiu se terá candidatura própria ou se indicará o vice numa coligação. Independentemente da decisão que o PSDB tomar, o PT dificilmente terá parceiros num eventual segundo turno, ao contrário do que ocorreu na eleição anterior, quando obteve o apoio maciço do PDT.

O rompimento entre PT e PDT no segundo turno da eleição para a prefeitura de Porto Alegre, em 2000, colocou as duas siglas em trincheiras opostas. Apesar de o PDT ter sido um dos maiores opositores da política de privatizações do governo Britto, elegeu o PT como seu principal alvo nas eleições deste ano. Tentará atingir Tarso explorando as denúncias levantadas na CPI da Segurança Pública – que investigou ligações do governo e do PT com o jogo do bicho.

Nos primeiros roteiros pelo Interior depois do retorno da Europa, Tarso evitou entrar em polêmica com os adversários. A estratégia de campanha que começa a se delinear prevê que o candidato tentará capitalizar as realizações do governo nos pequenos e médios municípios e acenar com mudanças nas áreas consideradas mais críticas. No caso dos investimentos, o candidato dirá que o custo da Ford era alto demais para os cofres de um Estado falido e que é preferível aplicar os recursos em áreas que gerem mais emprego. Em relação à segurança, acenará com mudanças na política adotada pelo governo Olívio Dutra, culpando Britto por parte dos problemas por ter reduzido o efetivo com o Programa de Demissão Voluntária (PDV). Na visita a Uruguaiana, sexta-feira, Tarso mostrou que tentará desvincular o PT do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. Numa área convulsionada pelas invasões de terra, disse que "o PT não é rabicho do MST".

 
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