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 | 14/04/2006 16h30min

Colorado e a ansiedade pela quarta taça do Brasileirão

Time de Abel quer título que escapou por detalhe em 2005

O Inter inicia neste sábado a luta pelo quarto título do Brasileirão. Depois de bater na trave no ano passado – terminou em vice, prejudicado pelo escândalo de arbitragem envolvendo Edilson Pereira de Carvalho –o Colorado substituiu o técnico Muricy por Abel. É dele a missão de repetir os feitos de 1975, 1976 e 1979 – quando o Inter conquistou o tri invicto.

O Inter iniciou pré-temporada na primeira semana de janeiro. Abel Braga se apresentou para comandar o time colorado pela quarta vez na carreira (as passagens anteriores foram em 1988-89, 1991 e 1995).

Era preciso montar um plantel de qualidade, com peças de reposição. E a direção começou a contratar. Abel teve grande participação: sugeriu o zagueiro Fabiano Eller, o lateral-esquerdo Rubens Cardoso, o volante Fabinho e o meia Adriano, com quem já havia trabalhado. Além destes, vieram os atacantes Leo, do Paulista e o lateral-direito Ari, que recentemente foi afastado do grupo por indisciplina, juntamente com o zagueiro Daniel Marques (trocado pelo meia Ricardinho com o Palmeiras).

Durante os 15 dias de preparação na Serra, duas novelas se traçaram em paralelo: a espera pelo fax de Jorge Wagner com a liberação dos russos do Locomotiv de Moscou, e a possível transferência de Elder Granja para o futebol paulista. Certo de que não ficaria mais um semestre no Beira-Rio, Jorge Wagner não se apresentou com os demais atletas. O jogador, dono da lateral-esquerda em 2005, teria lugar no meio-campo. Porém, o desgaste decorrente do atraso na reapresentação acabou lhe rendendo a reserva. Rubens Cardoso ficou com a vaga.

Outro que perdeu espaço foi Granja. Preocupado em valorizar o seu futebol, priorizou um possível negócio com Santos ou São Paulo, e acabou cedendo o posto de lateral-direito a Ceará.

Com 41 jogadores à disposição, Abel formou dois grupos para disputar as competições do primeiro semestre. Um time misto, acrescido de alguns titulares, seria utilizado no Gauchão, enquanto que o principal seria utilizado principalmente na Libertadores. E foi aí que surgiu a declaração sobre os "diamantes", que repercutiria nos meses seguintes.Abel classificou seus melhores jogadores (o zagueiro Fabiano Eller, o lateral-direito Elder Granja, o volante Tinga, os meias Jorge Wagner e Fernandão e o atacante Rafael Sobis) como peças raras, que deveriam ser poupados do Gauchão para a disputa da competição continental.

Aos poucos, Abel foi dando forma ao time. Clemer; Ceará, Bolívar, Fabiano Eller e Rubens Cardoso; Fabinho, Tinga, Perdigão e Michel, Iarley e Fernandão. Essa era a escalação-base de Abel. E vinha dando certo – o time tem a melhor campanha entre os brasileiros na primeira fase da Libertadores, líder isolado do Grupo 6, com 11 pontos em cinco jogos.

Mas a lua de mel com a torcida se transformou em ressentimento nas finais do Gauchão. Não para menos: a equipe deixou escapar o título para o maior rival, Grêmio. No primeiro Gre-Nal da decisvão, o técnico do Tricolor, Mano Menezes, estruturou seu meio-campo com forte marcação, que lhe garantia chance de avançar. O Inter, surpreendido, ficou quase sem ação. E a relação de Abel com a torcida começava a mudar.

O segundo jogo da decisão do Gauchão foi um marco no primeiro semestre colorado. A perda do título em casa para o rival se somou às vais de um estádio inteiro à atuação de Michel e Rubens Cardoso. O time passou a ser contestado e Abel também. Os diamantes, em sua maioria titulares de Muricy, estavam no banco. A torcida, revoltada, exigia mudanças.

Abel, então, mais suscetível, parece que dará ouvidos aos clamores da massa colorada. Coincidência ou não, lembra e muito o time vice-campeão do nacional no ano passado. Clemer; Elder Granja, Bolívar, Fabiano Eller e Jorge Wagner; Edinho, Tinga, Adriano e Perdigão; Fernandão e Rafael Sobis.

Velhos titulares que brigarão novamente pelas suas posições. O garoto Sobis, pode-se dizer, fará sua estréia no ano, já que está recuperado das duas lesões que teve – no joelho e tornozelo. Incensado como um dos melhores plantéis do Brasil e verdadeiras batalhas entre os atletas para se firmar no time titular, a direção colorada não pretende fazer contratações para o Brasileirão. À exceção do volante Wellington Monteiro, destaque do Caxias.

O Inter inicia o Brasileirão 2006 na busca pelo título que não veio em 2005. A torcida clama que o Colorado deixe de ser o time do quase – e sonha em ver os jogadores erguendo mais uma taça do Nacional.

 
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