O presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá antecipar a reforma ministerial para janeiro. Pelo calendário eleitoral, o prazo para ocupante de cargo no Executivo que irá concorrer a deputado, senador ou governador deixar suas funções termina no dia 3 de abril. Lula decidiu então, antecipar as mudanças que seria obrigado a fazer a fim de evitar uma onda de especulações sobre o troca-troca na Esplanada dos Ministério e também para começar a tratar de sua própria candidatura a um segundo mandato e dos palanques que lhe darão sustentação nos Estados.

O ex-ministro da Educação Tarso Genro é um dos nomes cotados para retornar ao governo, mas não na mesma pasta. Lula ainda examina em que vaga Tarso será mais útil, mas é provável que o gaúcho assuma uma função política. Para socorrer o PT, o então ministro deixou o governo em julho, a pedido de Lula, com a missão de assumir a presidência do partido no lugar de José Genoino. Desentendeu-se com o ex-titular da Casa Civil e então deputado José Dirceu, e desistiu de representar o Campo Majoritário na eleição interna para renovação do comando petista. Resultado: ficou sem cargo no PT e no ministério.

A dança das cadeiras que deve reintegrar Tarso ao governo também vai afastar outros. O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que cogita de disputar a eleição de deputado federal, poderia se tornar a principal desistência do governo Lula. O presidente não quer perder o timoneiro da economia, mas Palocci tem dito a amigos que, se o bombardeio contra ele continuar, não ficará "sangrando" em praça pública.

A idéia é encerrar a reforma em janeiro, ou, no máximo, em fevereiro. Na Esplanada, assessores calculam que aproximadamente 10 ministros podem sair para concorrer às eleições.

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