A Organização Mundial do Comércio (OMC) prepara um primeiro texto de compromisso para agricultura e serviços em uma tentativa de desbloquear as negociações nesses dois âmbitos econômicos. Segundo fontes diplomáticas, o documento será apresentado pelo diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, durante uma das reuniões restritas mantidas pelos grupos de países para avançar nas negociações, que em seu quarto dia parecem não registrar movimentos, já que as delegações não mudaram suas posições.

A ação de Lamy ocorre depois duro debate entre União Européia, Estados Unidos e países em desenvolvimento, que são também potências agrícolas - como Brasil e Índia.

Na agricultura, a principal dificuldade é fixar uma data para eliminar os subsídios à exportação, como querem todos os países menos a UE, que antes de ceder espera que outros parceiros desenvolvidos façam concessões similares às suas.

A UE quer que os EUA regulem os apoios dados aos agricultores, através de programas de ajuda humanitária, assim como os créditos à exportação.

Pede também que a Nova Zelândia, Austrália e Canadá acabem com os monopólios ou empresas estatais que existem para alguns setores agrícolas, como lácteos e cereais.

Por outro lado, 110 países em desenvolvimento, entre eles os do G-20, G-33 e as nações mais pobres da OMC, assinaram uma posição conjunta para reclamar a redução dos subsídios agrícolas dados pelos ricos.