| 15/12/2005 12h19min
O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, no cargo há cerca de quatro meses, causou surpresa ao relatar opiniões e contar piadas em seu blog, sobre suas funções na mais importante entidade sobre comércio do planeta.
Lamy, de 58 anos, admite em seu blog que, em muitas situações, se sente como um pastor, uma enfermeira ou uma parteira, "tentando ajudar países-membros da OMC em dificuldades".
O dirigente confessa ainda que sofre com a diferença de sete horas entre Genebra, onde fica a sede da OMC, e Hong Kong, mas que, nem por isso, deixa de acordar cedo para correr, antes de ir ao centro de convenções onde é realizada a conferência ministerial.
Em outra parte do texto, o ex-comissário europeu detalha seus encontros com as diferentes partes da negociação e até comenta, com ironia, alguns dos slogans das ONGs.
Em seu
diário virtual, Lamy conta também como agiu perante as autoridades de Hong Kong após receber uma ligação telefônica do ativista francês José Bové, que estava sendo detido pela Polícia no aeroporto da cidade asiática.
Lamy também reconhece a contradição enfrentada pela OMC, em um momento no qual dois terços dos delegados reivindicam maior abertura comercial na agricultura, enquanto os manifestantes e as manchetes dos jornais pedem exatamente o contrário.
"Há muito espaço para melhorar nossa comunicação", reconhece.
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