| 03/12/2005 14h32min
O ministro da Economia, Antonio Palocci, pediu hoje que seja fixada uma data para o fim dos subsídios agrícolas a fim de se avançar na obtenção de um acordo sobre a liberalização do comércio na próxima cúpula de Hong Kong. Palocci participa da reunião que os ministros de Economia do Grupo dos Sete (G7, sete países mais industrializados) realizam neste sábado em Londres com o objetivo de impulsionar as estagnadas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC).
O ministro ressaltou a vontade do Brasil de fazer concessões para chegar a uma posição comum na cúpula da OMC, que ocorrerá em Hong Kong entre os dias 12 e 18 de dezembro. Contudo, ele exigiu uma atitude similar à União Européia e aos Estados Unidos.
Segundo Palocci, o Brasil está disposto a avançar nos temas que mais preocupam os países desenvolvidos, como a redução de tarifas sobre os produtos industriais e uma abertura no comércio de serviços. Como exemplo dessa vontade, disse que o governo brasileiro apresentou uma proposta ao Congresso para liberalizar os seguros no país, já que, segundo o ministro, as empresas brasileiras pagam os mais caros seguros do mundo.
Além de uma data exata para o fim dos subsídios agrícolas, o Brasil considera inaceitável que a atual proposta européia exclua de uma possível redução de tarifas alguns produtos-chave para os países emergentes, como o café, o açúcar e o suco de laranja. O ministro reconheceu que houve avanços na postura de alguns países europeus, como Alemanha e Estados Unidos, mas ressaltou que constatou algumas reservas em outros, como a França.
Palocci destacou que as conversas para impulsionar as negociações frente à cúpula de Hong Kong ultrapassaram o nível de ministros de Economia e já ocupam os próprios chefes de Estado e de Governo. Ele informou ainda que o secretário do Tesouro norte-americano, John Snow, transferiu ao presidente dos Estados Unidos, George Bush, e ao primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, a proposta apresentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
– Não podemos aceitar um resultado negativo em Hong Kong – afirmou Palocci.
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