Não adiantou o Banco Central anunciar mais um leilão de contratos de swap reverso. O dólar abriu em leve alta, virou e fechou a manhã em baixa de 0,14%, cotado a R$ 2,197 na compra e R$ 2,199 na venda. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) embarcou no ambiente positivo e encerrou o período em alta de 1,22%,com 31.740pontos(volume financeiro de R$ 372 milhões).

Segundo analistas, somente uma ação mais agressiva por parte do BC poderá conter a depreciação do dólar. O BC promoveu no final da manhã o quarto leilão de contratos de swap reverso desde que retomou esse tipo de operação. Na prática, o swap reverso equivale a uma compra de dólares futuros pelo BC. Na véspera, o dólar caiu 1,39% mesmo com um leilão de US$ 502,5 milhões em reversos.

O fluxo positivo e as apostas dos bancos na queda do dólar são determinantes para esse comportamento da moeda americana. A entrada de dinheiro estrangeiro em busca dos altos juros brasileiros se soma ao excelente desempenho das exportações. Com isso, os bancos se mantêm apostando na queda.

– O tempo tem mostrado que quem aposta na alta do dólar tem perdido dinheiro. Por isso, os bancos se mantêm "vendidos". O Banco Central é hoje o único capaz de conter essa queda, mas vai ter de criar novos mecanismos ou ser mais agressivo – disse Hideaki Iha, da corretora Souza Barros.

A proximidade do final do mês intensifica a disputa entre investidores "comprados" e "vendidos". Com a vantagem dos "vendidos", boa parte da queda de 1,76% na segunda-feira foi atribuída a eles. A Ptax (média ponderada do dólar) de quarta-feira será a referência para a liquidação dos contratos no mercado futuro.

Os investidores esperam dados importantes sobre a economia norte-americana, que devem dar o tom dos negócios nos próximos dias. Nesta terça, a boa notícia veio das encomendas de bens duráveis nos Estados Unidos, que subiram acima do projetado pelos analistas. A elevação das encomendas de bens duráveis mostra que a economia americana está aquecida, mas pode aumentar a cautela do Federal Reserve.

AGÊNCIA O GLOBO