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Conteúdo: wct-brasil | 03/07/2009 15h59min

Kelly Slater é campeão do Hang Loose Santa Catarina Pro

Eneacampeão mundial derrotou Adriano de Souza na decisão

O norte-americano Kelly Slater voltou a reinar na etapa do mundial de surfe no Brasil e conquistou nesta sexta-feira, dia 3, o título do Hang Loose Santa Catarina Pro na Praia da Vila em Imbituba. Ele já havia sido campeão na primeira edição da etapa brasileira em Imbituba em 2003, onde também recuperou o título mundial em 2005

O eneacampeão mundial derrotou na decisão o brasileiro Adriano de Souza, o Mineirinho, por 17.94 x 14.67. Com o resultado, Mineirinho, então top 5, assumiu a vice-liderança do ranking mundial, com 3.206 pontos. A ponta da listagem segue com o australiano Joel Parkinson (3.876 pontos), elminado nas semifinais pelo brasileiro. Na outra semi, Slater passou pelo compatriota C.J. Hobgood.

Já Slater — que ainda não havia engrenado na atual temporada, com resultados pouco expressivos nas três primeiras etapas do Tour — passou o 25º para o 9º lugar.

Brasileiro largou na frente

Na final, Mineirinho começou melhor que Slater, conseguindo nota 6,67 contra 6,00 do americano. Na segunda onda de cada um, o brasileiro também superou o maior ídolo do esporte – 5,33 x 2,33 – mas foi a terceira série que fez a primeira diferença. Kelly tinha a prioridade de escolha e entrou primeiro numa que fechou rápido, enquanto a do Adriano abriu uma parede mais longa para ele aplicar batidas e rasgadas com bastante pressão para levar a enorme torcida que lotou a Praia da Vila ao delírio mais uma vez. A nota anunciada foi 8,0, quase a vantagem sobre Slater.

O nove vezes campeão mundial veio na frente na outra série e dessa vez foi melhor com nota 6,83 contra 5,10 que não mudou o placar do brasileiro. Faltavam 12 minutos e Slater precisava de 7,85 pontos para reverter o resultado. Restando quatro minutos para o fim, Kelly pega sua primeira esquerda boa para mostrar seu arsenal de manobras.

Começou com duas batidas muito fortes, um floater bem esticado e completou mais seis batidas e rasgadas para arrancar 9,27 dos juízes. Ele ainda pegou outra onda longa e quebrou tudo de novo, variando as manobras para tirar nota 8,67 e fechar em 17,94 x 14,67 pontos a sua 41.a vitória na carreira, enquanto Mineirinho continua na busca pela primeira.

Consagrado campeão na Praia da Vila, Slater enalteceu o seu rival na decisão:

— Ele é o primeiro brasileiro a estar nesta posição e com certeza isso se deve a competitividade dele. Ele tem a garra de competir que vocês brasileiros têm neste país, está sempre atento e observando tudo, vem evoluindo bastante a cada campeonato, cada ano, está de parabéns também.

Slater recordista

Além da vitória no Hang Loose SC Pro que rendeu um prêmio de US$ 40 mil, Slater foi o recordista absoluto do campeonato. O maior placar foi o de 17,94 pontos na final, que superou sua própria marca de 17,37 pontos atingida na oitavas de final contra Tom Whitaker, quando surfou a melhor onda de toda a semana na Praia da Vila, levando um 9,60.

O norte-americano disse que, por pouco, não veio ao Brasil, confessando que decidiu na última hora pensando principalmente em não decepcionar a torcida brasileira de novo, até porque ele não veio para Imbituba no ano passado, quando já tinha confirmado a conquista do seu nono título mundial.

— É engraçado porque quase não venho prá cá, mas quando decidi vir pensei que essa seria minha última chance para buscar o título. Era agora ou nunca. Durante o evento fui melhorando, trocando de pranchas até achar a certa para este tipo de mar e estou feliz que deu tudo certo. Eu nunca tive um início de ano tão ruim, mas mesmo vencendo aqui não quer dizer muito, pois o Bruce Irons, no ano passado, por exemplo, ganhou na Indonésia e não chegou a brigar pelo título. Só que uma vitória já é um começo e vamos ver agora em Jeffreys Bay (na África do Sul) se consigo outro bom resultado.

Slater também comentou sobre as condições do mar nas disputas desta sexta-feira decisiva:

— O mar estava um pouco irregular, mas tinha boas ondas e eu só não queria que a final fosse que nem a semi contra o C. J. Hobgood que quase não entrou onda. Elas demoraram na final e tive que ter paciência para esperar, até que nos minutos finais achei umas esquerdas mais longas para fazer mais manobras, dei alguns floaters com velocidade e até achei o 9,27 meio generoso. Mas, como desde o começo do ano não tive notas generosas, foi bom para mim — falou Slater.