| 10/11/2003 16h38min
Um relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) nesta segunda, dia 10, afirma que a barreira de segurança que Israel está construindo na Cisjordânia terá graves conseqüências para cerca de 680 mil palestinos, um terço da população daquela área.
Com base no mapa da obra aprovado por Israel, o escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários no Território Palestino Ocupado afirmou que a barreira vai isolar cerca de 14,5% do território palestino do resto da Cisjordânia. Nesta área, entre o território de Israel e a barreira, vivem cerca de 274 mil palestinos em 122 aldeias e cidades, segundo o relatório. O documento revela ainda que 400 mil palestinos vivem a leste do muro e vão precisar cruzá-lo para chegar a suas terras, empregos e serviços.
O governo de Israel não comentou o documento, que não fez menção à rebelião palestina ou aos atentados suicidas que são a razão declarada por Israel para construir a barreira.
A obra, segundo o texto, "terá graves conseqüências humanitárias" para cerca de 30% dos palestinos da Cisjordânia. O relatório afirma que 11% da barreira ficará junto à chamada Linha Verde, que separa Israel do território ocupado em 1967.
– Quando ao resto, o projeto adentra profundamente na Cisjordânia, até 22 quilômetros – apurou o documento.
Os Estados Unidos já expressaram preocupação com a obra, que deve proteger também assentamentos judaicos na área e pode acabar definindo uma fronteira que impossibilitaria a criação do Estado palestino.
Até agora, só um quarto da barreira, planejada para cobrir cerca de 680 quilômetros, já foi construída, a um custo de US$ 3,4 bilhões. A obra se compõe de muros de concreto, trincheiras, estradas, cercas de arame farpado e cercas eletrônicas.
As informações são da agência Reuters.
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