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O papa João Paulo II, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dissidentes de vários países, inclusive Irã e China, estão entre os mais cotados para receber o Prêmio Nobel da Paz de 2003, um ano sem claros favoritos.
A comissão de cinco membros se reúne na próxima segunda, dia 29, para tentar selecionar o nome do vencedor, que recebe um prêmio em dinheiro de US$ 1,3 milhão. A escolha deve ser anunciada em 10 de outubro. Segundo especialistas, o comitê terá dificuldades para escolher um entre os 165 candidatos, num ano em que todas as atenções se dirigiram para a guerra no Iraque.
O diretor do Instituto de Pesquisas da Paz de Oslo, Stein Toennesson, revelou que aposta na vitória do Papa. Ele já acertou vários vencedores em anos anteriores, e acredita que o pontífice é um forte candidato porque 2003 pode representar a última oportunidade para que o comitê norueguês reconheça a sua vida dedicada à pregação pela reconciliação entre as religiões.
Toennesson também vê grandes chances para Lula, por causa da campanha mundial contra a fome. Em seguida, na sua lista de palpites, aparecem o ativista russo dos direitos humanos Sergei Kovalev e o dissidente iraniano Hashem Aghajari, que está preso.
Irwin Abrams, autor do livro O Prêmio Nobel da Paz e os Laureados, acha que o papa não leva o prêmio, porque o comitê não gostaria de parecer pró-cristão num momento em que há ocidentais envolvidos em conflitos no Iraque e no Afeganistão. Segundo ele, o comitê pode escolher um nome que represente um incentivo ao processo de paz no Oriente Médio. Há vários anos, especialistas dizem que a comissão gostaria de dar o Nobel da Paz a um muçulmano moderado.
Entre outros indicados está o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, por ter deposto o ditador iraquiano, Saddam Hussein. Segundo analistas, suas chances são nulas, mesmo porque no ano passado o presidente do comitê disse que a escolha do ex-presidente Jimmy Carter foi "um chute nas pernas" da política de Bush. Além disso, o fato de Carter ter sido o escolhido em 2002 torna improvável que outro norte-americano ganhe neste ano.
Não se sabe ao certo o que pensa o novo comitê a respeito do papa. Mas sabe-se, por exemplo, que seu novo presidente, Ole Danbolt Mjoes, defendeu neste ano a ordenação de uma lésbica para o clero luterano da Noruega. A Igreja Católica, chefiada pelo papa, não tolera nem mesmo a entrada de mulheres no clero.
Entre outros na possível lista de indicados, que não é divulgada, estão o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, e a União Européia, por ter decidido aceitar 10 novos países do Leste Europeu e do Mediterrâneo.
Com informações da agência Reuters
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