Emergência em SC | 02/04/2009 05h06min
A prefeitura de Blumenau deu prazo até sábado para a família do motorista Saul Rodrigues dos Santos retirar os pertences pessoais da moradia provisória da Rua Bahia. No entanto, ele, a esposa Silvia Regina Bachmann e as duas filhas, de quatro e 12 anos, teriam de deixar o local ainda nesta quarta-feira. No dia anterior, a prefeitura descobriu que eles eram proprietários de um imóvel com quatro quitinetes alugadas, renda mensal de R$ 2,8 mil e estavam morando em um dos seis galpões disponibilizados pelo município às vítimas da tragédia de novembro.
Enquanto não acha um local para morar, Silvia e a família vão dormir na casa de uma irmã. Nesta quarta, ela disse que procurou ajuda de um advogado e tentou negociar com a Secretaria de Assistência Social, da Criança e do Adolescente (Semascri) a permanência da família no galpão.
— A única coisa que eles querem é que a gente saia. Mas eu tenho documento que mostra que eles já sabiam disso. Por que só viram agora? — questiona
Silvia.
O
documento a que Silvia se refere é o Cadastro Único do Cidadão Atingido, feito em dezembro. Segundo o secretário de Assistência Social, da Criança e do Adolescente, Mário Hildebrandt, o cadastro foi criado para fazer o levantamento dos estragos que ocorreram na cidade e que, mais tarde, serviria como base para definir o programa habitacional, entre outras ajudas. Mais de 9 mil famílias, não só as que estavam em abrigos, preencheram o documento.
— Por falta de estrutura de informática e de pessoal nos abrigos, não tínhamos como confrontar os dados na ocasião. Agora é que estamos fazendo o levantamento. Provavelmente vamos identificar outros problemas — explica o secretário.
Busca em cartório revelou bens
Hildebrandt afirma que Saul e a esposa não disseram que tinham os bens quando foram questionados pela Semascri durante a transferência para a moradia provisória e durante a investigação da denúncia. O casal, segundo o
secretário, só confirmou quando a prefeitura fez a
busca documental no cartório:
— Nosso objetivo inicial não era ver se a família estava falando a verdade ou mentindo. Temos que acreditar também no que as pessoas dizem.
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