| 12/03/2009 15h08min
Nos dois casos de leishmaniose confirmados em humanos no sul do país, as duas pessoas contaminadas, moradoras de São Borja, viajavam com frequência a Santo Tomé, na Argentina, fronteira com o Brasil. A secretaria de Saúde de São Borja acredita que em ambos os casos o mosquito contaminado pode ter os picado na cidade vizinha, onde pelo menos 33 cães foram sacrificados em função da doença.
O coordenador de zoonoses de Santo Tomé, Juan Marelli, comenta que, apesar de não ser obrigatória a realização da eutanásia no animal cujo diagnóstico de leishmaniose esteja confirmado, mais de 1,5 mil cães já teriam sido sacrificados em função da doença no nordeste do país vizinho.
No Brasil, o Ministério da Saúde determina a eutanásia em cães infectados. Em novembro do ano passado, um animal teria sido morto em São Borja por estar infectado com a doença. Amostras de sangue e pele de mais sete animais residentes na cidade foram enviadas a Fundação Osvaldo Cruz para análise. O
resultado deve sair na semana
que vem.
A Secretaria Municipal de Saúde anunciou ontem que começará na próxima semana uma espécie de censo canino, para monitorar os cães da cidade. A estimativa é de que a população de cães chegue a 30 mil em São Borja. Um encontro ontem pela manhã capacitou agentes comunitários e endêmicos de saúde para orientar a população sobre a doença. Os agentes serão responsáveis pela coleta dos dados censitários. Cartazes e folderes estão sendo confeccionados.
— É uma situação nova para gente. Nunca a doença havia sido diagnosticada no sul do país. Estamos pedindo ajuda ao Ministério da Saúde para nos auxiliar, estudando até um trabalho na ponte internacional, orientando pessoas que estejam querendo passar de um país para outro com seus cães —expõe.
Um dos pacientes diagnosticados com a doença estava internado no Hospital Conceição em Porto Alegre e já foi liberado. O outro continua em tratamento no Hospital Ivan Goulart e responde bem a medicação.
Saiba mais
Leishmaniose visceral é uma zoonose causada pelo protozoário Leishmania chagasi. No homem apresenta-se como uma doença crônica, sistêmica, caracterizada por febre de longa duração, perda de peso, astenia, adinamia (fraqueza e desânimo) e anemia, dentre outras manifestações. É mais freqüente em menores de 10 anos (54,4%), sendo 41% dos casos registrados em menores de 5 anos. O sexo masculino é proporcionalmente o mais afetado (60%).
A doença em cães geralmente precede a ocorrência de casos humanos e não se registra transmissão pessoa-pessoa. Portanto, para que indivíduos desenvolvam a doença é necessário que se estabeleça um ciclo de transmissão: o mosquito pica o cão contaminado e posteriormente um humano.
Fonte:Centro Estadual de Vigilância em Saúde
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