Paredes feitas de terra, reaproveitamento de móveis danificados e água da chuva para atender necessidades da família são alternativas apontadas como tendência durante o Seminário de Estratégia Habitacional de Blumenau e Região, que começou nesta segunda-feira no Viena Park Hotel.

O planejamento da prefeitura é para que as moradias definitivas, previstas para começarem a ser construídas até maio no município, sigam o modelo sustentável discutido no encontro.

Organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), o primeiro dia de seminário teve como principais atrações os arquitetos Henrique Pinheiro, de Brasília, e Marcelo Rosenbaum, de São Paulo (conhecido pelo quadro Lar, Doce Lar, do programa Caldeirão do Huck).

— A terra é um material que a gente tem em qualquer lugar e hoje, com a tecnologia e o conhecimento que temos, podemos reverter esse material em estruturas com conforto e segurança. São técnicas aplicadas em qualquer realidade — afirma Pinheiro.

A metodologia de trabalho que prega a utilização de recursos naturais para construir casas é chamada de permacultura.

Elementos como o superadobe (terra utilizada para formar paredes e outras estruturas), as casas de pau a pique, reaproveitamento de móveis usados ou danificados e as caixas de captação de água da chuva são de baixo custo e respeitam o meio ambiente.

Para o secretário de Planejamento Urbano, Walfredo Balistieri, a preocupação com desenvolvimento sustentável e qualidade de vida deve nortear o futuro da habitação em Blumenau.

— Não vamos poder aplicar 100% dos conceitos da permacultura, mas a idéia de sustentabilidade é algo que certamente queremos trazer para a nossa realidade.