| 23/02/2009 21h11min
A Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública, em Brasília, confirmou a morte da santa-mariense Liliane Regina Xavier, 39 anos, por uma reação à vacina contra a febre amarela. A dona-de-casa tomou a dose na metade de janeiro porque queria ir acampar em uma área considerada como de risco para a doença.
Saiba quais são os riscos de contágio da febre amarela:
Como tinha problemas de saúde e fazia hemodiálise, ela procurou orientação médica. O profissional teria avaliado que o risco de Liliane morrer por uma reação à vacina era menor do que o de ela ir para uma mata de risco e contrair febre amarela. Ela morreu em 21 de janeiro.
A irmã da vítima Magali Xavier, conta que os planos de Liliane eram de
viajar no verão para São Borja ou acampar em Três Barras com o filho e o ex-marido. Por isso, ela teria contrariado as recomendações da família para que não se vacinasse.
Magali não queria que a irmã tomasse a dose porque ela estava com a saúde debilitada. Ela fazia hemodiálise três vezes por semana e tinha lúpus, uma doença que desequilibra o sistema imunológico, exatamente aquele que deveria defender o organismo das agressões externas causadas por vírus, bactérias ou outros agentes.
— Eu encontrei com ela uma semana antes da morte. Fomos à formatura do nosso irmão. Eu disse para ela não tomar a vacina, e ela me disse que já tinha até tomado. No domingo, ela passou mal e foi levada ao Husm (Hospital Universitário de Santa Maria). Eles acharam que era uma infecção, e ela voltou para casa. Na segunda-feira, piorou. Foi internada na Casa de Saúde. De lá, só saiu para a CTI do Caridade. Na quarta-feira, fui vê-la à noite. Sabíamos que não teria mais volta. Era o fim
dela. Pouco depois, ela
morreu — lamenta Magali.
Segundo a irmã, Liliane tomou a vacina na Unidade de Saúde Erasmo Crossetti, na Rua Floriano Peixoto. Ela teria ido para a fila de vacinação junto com outras duas pessoas. Uma delas teria desistido de tomar a dose porque estava doente e ainda não tinha consultado o médico. Já a vítima, estava irredutível: queria a vacina.
O último caso de morte no Estado devido a reações à vacina ocorreu em 2002. Naquela época, uma criança que foi vacinada passou mal e não resistiu ao tratamento. Segundo o secretário estadual da Saúde, Osmar Terra, o laudo da morte de Liliane foi divulgado oficialmente na última quinta-feira. A causa é apontada como febre amarela vacinal. De acordo com dados do Estado, esse tipo de reação é raro e ocorre em uma a cada 2 milhões de pessoas vacinadas.
— É importante que as pessoas não deixem de se vacinar. O que elas precisam é estar conscientes sobre o seu estado de saúde. Quem está com a imunidade baixa não
deve tomar a dose porque ela é
feita com o vírus vivo, atenuado — explica Terra.
A morte do agricultor Arionei Tonetto, 39 anos, em 16 de fevereiro, também está sendo investigada pelo Estado. Ele passou mal alguns dias depois de tomar a vacina contra a febre amarela, mas também tinha sintomas de leptospirose. Os exames que apontaram a causa da morte devem demorar cerca de 15 dias.
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