| 02/12/2008 18h03min
O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu nesta terça-feira, em reunião com os governadores, intervir de maneira rápida para fazer frente à crise econômica assim que assumir o poder, em 20 de janeiro.
Obama e seu vice-presidente, Joe Biden, se reúnem hoje com os governadores na Filadélfia, na primeira visita a um Estado desde a vitória nas eleições presidenciais de 4 de novembro, para tratar da crise econômica e de suas conseqüências a nível estadual e local.
Em discurso no início do encontro, o presidente eleito reconheceu que os Estados padecem de modo agudo das conseqüências da crise e prometeu intervir "com rapidez" para fazer frente aos problemas econômicos.
Entre outras coisas, ressaltou que pretende fazer "cortes tributários nos bolsos das famílias de classe média que atravessam dificuldades" e começar a realizar os investimentos necessários "para criar uma economia forte durante muitos anos".
— Para
resolver esta crise e aliviar os problemas em
nossos Estados, necessitamos atuar, e atuar já — insistiu Obama, que afirmou que contará com os governadores e seus Estados para que apresentem idéias e ajudem a elaborar a estratégia adequada contra a crise.
— Como chefe de Estado, não lhes pedirei simplesmente que me ajudem a iniciar nosso plano de recuperação econômica. Pedirei que me ajudem a elaborar esse plano. Assim é que faremos nossa economia crescer, desde a base — afirmou.
Aliança
Obama propôs uma "firme aliança" entre o governo federal e os locais para enfrentar os graves problemas econômicos e estendeu a mão aos republicanos, ao afirmar que durante as eleições competiram "animadamente, mas que quando esse período acaba, chega o momento de governar".
Desde sua vitória nas eleições, Obama insiste em dizer que fazer frente aos problemas econômicos do país será sua prioridade desde o seu primeiro dia na Casa Branca.
O
presidente eleito é partidário de um plano de estímulo econômico que se
some às medidas já adotadas pelo governo de George W. Bush.
A meta de Obama é criar ou ajudar a manter 2,5 milhões de postos de trabalho.
A equipe do presidente eleito conversa com representantes do Congresso para traçar as bases desse plano de estímulo, que poderia chegar a US$ 500 bilhões em dois anos.
Pedidos dos governadores
Na reunião de hoje, os governadores expõem os problemas da crise econômica em seus Estados, onde as perdas de postos de trabalho aumentaram a demanda por programas de assistência, enquanto os governos locais ingressam menos dinheiro por impostos.
Os governadores pediram pelo menos US$ 40 bilhões para fazer frente às despesas sanitárias dos menos favorecidos e cerca de US$ 130 bilhões em investimentos em infra-estruturas, como uma via para reativar a atividade econômica.
O anfitrião da reunião, o governador da Pensilvânia e presidente da
Associação Nacional de Governadores, Ed Rendell, afirmou na segunda-feira:
— Sem a ajuda do governo federal teremos que cortar programas e/ou aumentar os impostos, e qualquer uma dessas medidas teria um efeito ainda pior em nossas economias.
Governadores de 45 Estados, tanto democratas quanto republicanos, assistem à reunião na Filadélfia.
Entre os republicanos estão o governador da Louisiana, Bobby Jindal, considerado a grande esperança de seu partido para as eleições de 2012, e a do Alasca, Sarah Palin, que foi candidata republicana à vice-presidência nas eleições passadas.
Biden referiu-se à sua adversária de campanha eleitoral quando citou a presença de Palin como um exemplo de como a situação econômica é um assunto tanto de republicanos quanto de democratas.
— Talvez a gente saia depois um momento para dar uma volta e ela me diga olá — comentou o vice-presidente eleito, entre os risos dos presentes.
O governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, é um dos líderes democratas e republicanos que participam da reunião
Foto:
Kevin Dietsch, EFE
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