Emergência em SC | 26/11/2008 10h41min
A enchente em Santa Catarina atingiu o setor industrial e agropecuário no Estado. Entidades representativas pedem soluções urgentes ao Governo e alertam para a falta de produtos e insumos devido aos problemas de infra-estrutura e transporte.
A indústria de Santa Catarina está com o funcionamento comprometido, segundo o 1º vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Glauco José Corte. A falta de abastecimento de gás natural nas fábricas inviabiliza a produção. Os funcionários não conseguem chegar ao local de trabalho, por causa dos alagamentos nas estradas. Os bloqueios das rodovias e os problemas no Porto de Itajaí também não permitem a circulação de matéria-prima e dos produtos.
- O nosso problema hoje está na questão da logística, pois não é possível fazer o transporte de uma localidade para outra. Estamos vivendo uma situação excepcional e que merece medidas excepcionais. Caberia a instalação de um gabinete de crise em Santa Catarina. O Governo Federal deveria vir, com o presidente Lula e com os ministros para o Estado - disse Corte.
A Fiesc pede a recuperação das rodovias e do Porto de Itajaí, que teve um de seus berços de atracação destruído. Também defende a liberação de linhas de crédito para as empresas e de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para as pessoas atingidas pela chuva.
Outra medida solicitada pela entidade é a postergação, por 30 dias, no prazo para recolhimento de impostos estaduais e federais. O objetivo é minimizar as dificuldades de fluxo de caixa das empresas.
A interrupção do fornecimento de gás natural prejudica principalmente os setores têxtil e cerâmico. No Sul do Estado, na Grande Florianópolis e no Vale do Itajaí, a indústria cerâmica parou a produção por causa da falta de combustível.
O setor agropecuário também amarga prejuízos, mas ainda não é possível ter uma dimensão da crise, pois é difícil o acesso a várias comunidades, segundo o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), Nelton Rogério de Souza.
No Norte do Estado, Vale do Itajaí e na Grande Florianópolis, a horticultura e os cultivos de arroz, banana e fumo sofreram mais danos. A Região Oeste também teve prejuízos devido à dificuldade de escoamento da produção.
Nelton Souza defende a liberação de recursos para os produtores e explica que os prejuízos serão sentidos no bolso do consumidor. No Vale do Itajaí, a população já sofre com o desabastecimento, que deve atingir também outras cidades catarinenses. Como o Estado terá que importar produtos, o preço pode aumentar, devido ao custo do frete.
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