| 26/11/2008 09h17min
O chefe do Exército da Tailândia, Anupong Paochinda, sugeriu hoje que a solução para a profunda crise vivida no país é a dissolução do parlamento, e pediu aos manifestantes que abandonem os protestos.
O general Paochinda, que na terça-feira reiterou que o Exército não dará um golpe de Estado, fez estas declarações à imprensa, em Bangcoc, enquanto os manifestantes antigovernamentais continuam controlando o aeroporto internacional da capital tailandesa.
— Isto não é um levante. O governo continua tendo total autoridade. Estes pontos são a via para resolver o problema que colocou o país em uma profunda crise — disse Paochinda, em entrevista coletiva, após uma reunião de duas horas com altos funcionários, empresários e acadêmicos.
O chefe militar disse que o governo deve dar o primeiro passo com a dissolução do Legislativo e, da outra parte, a Aliança do Povo para a Democracia - organizadora dos protestos - tem que parar suas mobilizações
completamente.
O general deve
falar com o primeiro-ministro tailandês, Somchai Wongsawat, quando este voltar ao país hoje, após ter participado da cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), que aconteceu no fim de semana passado, em Lima. O primeiro-ministro tailandês também deve ser recebido em audiência pelo rei Bhumibol Adulyadej.
O governante tailandês não poderá utilizar para sua chegada a Bangcoc o aeroporto internacional de Suvarnabhumi, o principal do país, porque a Aliança do Povo para a Democracia o ocupou esta madrugada e obrigou o cancelamento de todas suas operações. A Aliança, que na segunda-feira cercou o Parlamento e impediu que os legisladores se reunissem, e no dia seguinte fez o mesmo com o Executivo, anunciou que só deixará o aeroporto quando o governo renunciar.
Os simpatizantes da Aliança ocupam a sede do Governo da Tailândia, em cujo recinto externo estão acampados desde 26 de agosto. A crise na Tailândia é fruto das eleições gerais de 23 de dezembro de
2007, vencidas pelos
mesmos políticos expulsos do poder pelo levante militar do ano anterior.
Manifestantes tomaram a torre de controle do aeroporto internacional de Bangcoc
Foto:
Rungroj Yongrit, EFE
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