A produção agrícola também está em emergência devido ao grande volume de chuva em Santa Catarina. Os municípios com culturas expressivas de hortifrutigranjeiros da Grande Florianópolis sentem os prejuízos pela baixa produtividade. Os consumidores devem perceber a qualidade reduzida dos produtos já na hora da compra.

A previsão do tempo para Santa Catarina

O produtor José Guesser, do município de Antonio Carlos, terá prejuízos na produtividade de alface, beterraba, pepino, aipim, berinjela e pimentão. Ele estima que, em longo prazo, perca pelo menos R$ 10 mil.

As beterrabas estão menores do que o normal e apresentam um apodrecimento na casca. O pepino também apresenta apodrecimento antes da colheita. Das 300 caixas que deveria colher por semana, o produtor consegue 200, no máximo.

Os pés de alface, que geralmente são vendidos com 300 gramas, estão com 100, uma vez que muitas folhas precisam ser tiradas, pois ficam pretas devido à chuva. As flores que dão origem à berinjela e ao pimentão não resistiram e caíram.

— Meu pai, que trabalhou desde a década de 1980 com verduras, diz que não lembra de ter visto tanta chuva seguida assim — lamentou.

Valdinei Martendal, 43 anos, precisa trazer salsa de São Paulo para cobrir o pedido de uma rede de supermercados da Capital. Geralmente, o produtor consegue dois a três cortes de salsa, mas estima perda de metade da produção dos cinco hectares.

Um mês sem rúculas

As produções de brócolis e brócolis chinês, couve e espinafre também tiveram perdas. A rúcula, segundo Martendal, está sem produção há pelo menos um mês. O terreno encharcado impede o preparo da terra e o plantio.

Santo Amaro da Imperatriz, também amarga perdas. A família de Marcos Schmitz, que tem 2 mil pés de tomates no município e outros 27 mil em Paulo Lopes, imagina que a perda será próxima a 90% da produção. Para cobrir os custos de R$ 25 mil do plantio, a família deve pedir um empréstimo bancário.