| 10/09/2008 08h24min
O antigo capitão Fernandão já alertava: o Inter vem adotando uma cultura de clube europeu, ou seja, são 15 jogadores em condições de serem titulares. O problema é sair do time. Nos últimos tempos, Edinho, Clemer e Wellington Monteiro (campeões mundiais), Bolívar (campeão da Libertadores), Magrão, Rosinei e Daniel Carvalho (contratações de peso) já provaram o banco.
Na era do técnico Tite, apenas D'Alessandro, Alex e Nilmar não foram sacados do time.
Na mudança mais recente, ao ceder lugar para Álvaro, Bolívar (ex-zagueiro do Monaco), ficou insatisfeito e triste. Recebeu o apoio de Magrão – a quem havia auxiliado anteriormente quando o zagueiro perdera a vaga para Taison. No sábado, depois de marcar o gol sobre a Portuguesa, o volante correu ao banco de reservas e abraçou o amigo reserva. A cena foi interpretada como gesto de revolta. Ao ser repatriado do futebol francês, porém, Bolívar sabia que encontraria em Porto Alegre uma grande concorrência.
– Ninguém fica feliz na reserva. Quando o time não vai bem o treinador busca alternativas. Mas não posso abaixar a cabeça e devo treinar mais, embora saiba que não precise provar nada a ninguém – diz Bolívar.
Com passagens pelo Corinthians, Palmeiras e futebol japonês, Magrão admite que jamais lidou bem com a reserva. Ainda que esporádica. E foi sob comando de Tite que ele permaneceu mais tempo na carreira curtindo um banco: dois jogos.
– Lembro que entrei no time contra o Vasco, quando já perdíamos por 3 a 0. Era quase impossível reverter o placar, mas fiquei feliz só por jogar. Quero estar em campo sempre – conta Magrão.
Outra "cabeça coroada" do Beira-Rio a deixar o time por um período, Edinho acredita que a maior projeção do clube provocou um aumento natural da concorrência entre novos e antigos jogadores. A mudança de sistema tático também provoca mudança nos nomes. Desde 2003 no grupo profissional, Edinho vê a disputa interna aumentar ano a ano:
– Está cada vez mais difícil. É preciso treinar melhor para seguir como titular – explica o volante.
Antes de tornar-se técnico, Tite foi um esforçado volante do Guarani de Campinas, depois da Portuguesa, do Caxias e do Esportivo. Também não gostava de assistir aos jogos do banco.
– Nunca gostei de sair do time, ficava contestando o técnico em pensamento, mas respeitava a hierarquia. A concorrência é boa porque ela não deixa ninguém ficar acomodado – ensina Tite.
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