| 13/08/2008 04h33min
O Gre-Nal 371, disputado a partir das 22h desta quarta-feira, terá em campo dois artilheiros em boa fase técnica. Quem for ao Beira-Rio ou assistir pela TV deve ficar de olho em Nilmar e Reinaldo, pois eles são a esperança de gol de Inter e Grêmio no primeiro clássico da Sul-Americana.
Nilmar, o goleador solitário
O que seria do Inter sem Nilmar? Ele marcou os últimos sete gols da equipe no Brasileirão. Dos 21 do time no campeonato, 10 são dele. Desde a vitória sobre o Atlético-MG, por 1 a 0, em 17 de julho, só ele faz gols pelo Inter. A "Nilmardependência" explica por que a direção faz grandes esforços para mantê-lo no Beira-Rio, rechaçando assédio de Zaragoza e, agora, do Werder Bremen. Ontem, os alemães fizeram sondagem atrás do atacante, a grande esperança de Tite para o Gre-Nal desta noite.
Foi por causa dessa dependência que o técnico despistou ontem, após o treino com portões fechados,
ao ser questionado sobre a importância do atacante para a equipe.
— Pô, imagina se o Nilmar não estivesse marcando esses gols. A equipe trabalha em função dele porque o Nilmar é o nosso jogador terminal. Temos outros jogadores que também podem decidir — comentou Tite.
Isolado no ataque em muitas partida, hoje Nilmar terá auxílio de Taison e D'Alessandro. O argentino recebeu a missão de se desprender do meio-campo e se juntar a ele na frente. Daniel Carvalho, ainda fora de forma, começará na reserva. Sem o melhor ritmo de jogo, deve entrar no segundo tempo, quando a defesa do Grêmio já estiver mais desgastada.
Apesar da falta de entrosamento com o argentino — eles só fizeram um treino tático juntos —, Nilmar aposta na parceria. D'Alessandro usaria o talento para abastecer o ataque.
— Não tivemos tempo para treinar juntos. Mas ele tem muita qualidade. Ter um jogador com este talento por perto é muito bom para o atacante — disse Nilmar.
Apesar do melhor momento do Grêmio e do
desentrosamento do Inter, Nilmar entende que no clássico
tudo ficará equilibrado. A motivação do Gre-Nal poderá fazer com que os colorados se superem como aconteceu no Olímpico no dia 26 de junho, pelo Brasileirão.
— No clássico, tudo muda. A motivação já é outra. Prova disso é que fomos melhor no último — observou o atacante.
Nilmar está em alta no Beira-Rio. Nas próximas semanas, o Inter deve definir a compra de mais 20% dos seus direitos econômicos. A oferta já foi feita ao empresário do jogador, Orlando da Hora, que promete reposta até o fim do mês. O Inter detém 30% do jogador — os outros 30% são do investidor Delcyr Sonda; Nilmar tem 40%.
Os recomeços de Reinaldo
O carioca Reinaldo de Souza, 28 anos, perdeu as contas de quantas vezes precisou recomeçar no futebol. Primeiro, foram três experiências frustradas em clubes do Exterior. Depois, precisou superar o drama de duas lesões seguidas até reafirmar, no Grêmio, suas virtudes de goleador. O Gre-Nal
de hoje, no Beira-Rio, pode marcar um novo recomeço. De seu
desempenho, talvez resulte um lugar no time titular.
— Gre-Nal é o jogo que todo mundo espera. Não tem essa de falta de entrosamento. Tem que superar as dificuldades na base da vontade, pedindo a bola, aparecendo para o jogo — recomenda o centroavante, animado com a chance.
Desde que se revelou como goleador do Criciúma no Brasileirão de 2004, com oito gols, Reinaldo não teve mais parada fixa. A primeira escala foi no Ulsan Hiunday, da Coréia do Sul. Se engordou a conta bancária, sofreu dentro de campo.
— Não entendia nada do que eles falavam. O técnico não dava trabalho tático, o time só jogava na base da correria — recorda, sem saudades.
As coisas começaram a melhorar em 2005, quando foi repatriado pelo Botafogo. Marcou 18 gols em duas temporadas e ouvia a torcida compará-lo ao francês Thierry Henry. A parada seguinte, em 2006, foi no Vestel Manisaspor, da Turquia. Nova frustração, apesar de ter ajudado o clube a escapar do
rebaixamento. Antes do Grêmio, no início deste
ano, ainda houve uma passagem pelo Jaguares, de Chiapas, do México. Também sem lembranças positivas.
Indicado pelo técnico anterior do Grêmio, Vagner Mancini, Reinaldo teve desempenho ruim nos primeiros jogos do ano. Parecia acima do peso e sem força. Resgatado por Celso Roth, fez dois gols contra o Juventude, dia 29 de março, em Caxias do Sul, pelas quartas-de-final do Gauchão. Parecia, enfim, ter reencontrado o caminho.
Bastaram três dias para que o sonho ruísse. Antes do jogo contra o Atlético-GO, pela Copa do Brasil, o jogador pisou em buraco no campo do CT do Goiás, torceu o joelho direito e parou por 45 dias. Acompanhou do departamento médico os fracassos que quase resultaram na queda de Roth.
Reinaldo esperou até 31 de maio por nova chance. Escalado ao lado de Soares, ele marcou de cabeça o gol do Grêmio na derrota por 2 a 1 para o Vasco. O novo baque ocorreu em 14 de junho, com nova lesão no joelho direito. Quando voltou, dia 19 de julho,
os gols não pararam mais de surgir.
Foram três contra o Figueirense, um contra o Vitória e dois sobre o Atlético-MG. Virou o queridinho da torcida, que exige sua presença mais tempo em campo.
Modesto, ele atribui parte do êxito à fragilidade dos adversários.
— Quando entro, eles já estão obrigados a se abrir. Tenho a sorte de aproveitar os contra-ataques — afirma.
Hoje, será diferente. Reinaldo terá 90 minutos inteiros para provar que, desta vez, o recomeço é definitivo.
Gráfico especial com a ficha do Gre-Nal 371 e a história do clássico:
Somados, Nilmar e Reinaldo têm 17 gols no Brasileirão
Foto:
Arte sobre fotos de Fernando Gomes e Valdir Friolin
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