| 01/07/2008 02h48min
A CPI do Detran pedirá que o Ministério Público Federal (MPF) tome o depoimento do presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), João Luiz Vargas, e do ex-chefe do escritório do Estado em Brasília Marcelo Cavalcante.
Vargas foi convidado a falar à comissão, mas não compareceu. Cavalcante teve aprovada a convocação para depor aos parlamentares, mas a CPI não conseguiu intimá-lo a tempo.
O presidente da CPI, deputado Fabiano Pereira (PT), esteve reunido ontem com procuradores da República que atuam na força-tarefa da Operação Rodin. Ele tratou de detalhes do encaminhamento do relatório da comissão e também do relatório paralelo preparado pelos petistas, que pede, entre outras coisas, o indiciamento da governadora Yeda Crusius, de Vargas e do deputado federal José Otávio Germano (PP).
O material terá também um capítulo dedicado a contradições identificadas entre depoimentos prestados à CPI, à Polícia Federal, ao MPF e à Procuradoria-Geral do
Estado, provas documentais coletadas pela
Rodin e pela CPI e diálogos interceptados na investigação. A votação ocorre na sexta-feira.
Documentos da Fenaseg serão enviados a autoridades
A CPI também recebeu ontem material enviado do Rio pela Federação Nacional de Empresas de Seguros Privados de Capitalização (Fenaseg). Na sexta-feira, Fabiano esteve na sede da federação para buscar os documentos. Nas quatro caixas de papelão há notas fiscais, projetos que receberam pagamentos autorizados pelo Detran e comprovantes de pagamentos.
Conforme o presidente da CPI, será feita uma análise por amostragem para que dados sobre a Fenaseg sejam incluídos no relatório paralelo que está sendo produzido. O material também será disponibilizado para outros órgãos que investigam os convênios do Detran com a Fenaseg.
Quanto aos depoimentos que a CPI espera que o MPF tome, Fabiano vai formalizar o pedido. Vargas, para quem o próprio TCE já pediu esclarecimentos
sobre supostas ligações com envolvidos na fraude do Detran,
teria de falar sobre o fato de ter sido sócio de uma das empresas investigadas na fraude e mantido ligações com a Pensant Consultores, apontada como mentora do esquema criminoso que lesou os cofres públicos em pelo menos R$ 44 milhões.
Exonerado pela governadora no dia 7 de junho, Cavalcante recebeu no ano passado uma carta com informações sobre irregularidades no Detran escrita pelo lobista Lair Ferst e endereçada à governadora. A carta não teve encaminhamento. Depois que a existência da carta veio à tona e que a CPI divulgou diálogo de Cavalcante e Lair, interceptado durante a investigação da fraude do Detran, o então representante em Brasília pediu exoneração.
Em entrevistas, Cavalcante explicou que como Lair não tinha provas das denúncias, o assunto não foi levado à governadora. Um rascunho da carta foi apreendido pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Rodin, em novembro do ano passado, no escritório de uma empresa de familiares de Lair.
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