| 25/04/2008 14h58min
Abel Braga está de bom humor, dois dias após um dos jogos mais memoráveis de sua vitoriosa carreira. Agora, tem pela frente o Juventude, grande pedra no sapato e último obstáculo para a conquista do seu primeiro Gauchão.
— Eu gostaria muito, estou trabalhando muito para isso e já falei para os meus jogadores. Tenho sete ou oito estaduais, e aqui, o quarto treinador que mais trabalhou no Inter nunca ganhou um Gauchão. Vamos ver se eles me dão isso de presente — sorri.
Na coletiva da manhã desta sexta, Abel projetou a final e revelou que as derrotas na primeira fase mexeram muito com os brios da equipe. Confira os principais trechos da entrevista,
com destaque para a cutucada no Paraná e para os elogios ao
volante Magrão, que, segundo ele, mudou a forma do Inter jogar:
A motivação para os jogos
— Estamos com o moral lá em cima. É decisão e sabemos que nada de extraordinário vai acontecer. O que pode acontecer é uma equipe ou outra conseguir uma certa vantagem, mas se decide mesmo no outro domingo, e aí teremos uma semana para trabalhar.
— Tem que valer a pena tudo que foi feito, todo o sacrifício, todos os 18 jogos realizados. Todas essas partidas, as viagens, muita porrada, um campeonato muito difícil, a gente não pode jogar tudo isso fora em 180 minutos. Os jogadores estão mais do que motivados.
A preparação para a final
— Foi um jogo de exceção e houve muitos excessos. O trabalho de apenas 30 minutos foi buscando não perder o que temos de melhor, que é a posse de bola, mas não forçando demais. É bom não extrapolar. Amanhã a gente configura a parte
tática, mas os nossos maiores aliados são alimentação e repouso.
Andrezinho como segundo volante
— Pode esquecer. Ele pode jogar junto com o Alex, sim, mas não é porque tenho um problema com o Jonas que eu vou botar ele para trás. O cara fez dois gols na quarta-feira, entrando na área. De repente, o cara quer arrumar vaga no time (risos)...
A possibilidade de Alex jogar
— Não sei. Ontem, ele caminhou na esteira e sentiu um pouco. E se sentiu caminhando em linha reta, imagina quando fizer o giro e a travada. Vamos ver, ele vai fazer os testes hoje e vamos esperar até amanhã.
Cutucada no Paraná
— O que tem de diferente é que eles nos ganharam duas vezes jogando melhor. A gente tem que jogar bem melhor do que fizemos, porque senão vamos perder de novo, e não podemos reclamar. O Paraná tomou de cinco e está querendo reclamar da arbitragem, isso é uma coisa absurda! Eu tomei três com um jogador a menos,
paciência. Não podemos deixar eles serem melhores de novo.
As duas derrotas
para o Juventude
— As derrotas serviram de vacina, sim. Depois dos 3 a 0, eu disse para os jogadores que aquela derrota poderia nos impulsionar para o título gaúcho. Foi um jogo que mexeu muito com todo mundo, levantamos o moral deles e aquilo serve de exemplo até agora.
A importância de Magrão
— O Magrão é tudo de bom que um time pode ter. Primeiro, ele tem um caráter extraordinário. Tem uma visão tática muito boa. E, além de todos os valores contratados desde o ano passado, o Magrão mudou a forma de jogar do Inter. O Inter tinha uma pressa muito grande de chegar ao gol adversário, e não é assim. Havia muita perda de posse de bola, muito passe errado. Hoje temos tido uma média de 11% a 12% de passes errados. Isto é simplesmente sensacional, e deve-se a ele. Independente dos outros estarem em campo, ele é fundamental para o andamento da equipe.
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