| 22/04/2008 08h41min
Aos 43 anos, com duas Libertadores, dois títulos mundiais e uma Copa do Mundo na versão resumida do currículo, o paulista Armelino Donizetti Quagliato admite que jamais havia passado por situação similar à que vive no Juventude. Contratado para substituir Edson Gaúcho no comando da equipe em plena disputa do Gauchão, o paulista de Porto Feliz desembarcou em Caxias do Sul na véspera de um clássico frente ao Grêmio para mudar a história do time, até então abalado pela queda para a Série B.
Até a decisão do campeonato, na primeira semana de maio, Zetti terá disputado nove partidas eliminatórias. Que só não serão 10 porque o time encarregou-se de despachar o Madureira
já no primeiro confronto pela segunda fase da Copa do
Brasil. A caminho de Maceió, onde o time joga contra o Corinthians-AL a primeira partida das oitavas-de-final, nesta quarta, Zetti falou a respeito das decisões.
Zero Hora – Você já havia encarado uma maratona de jogos decisivos tão intensa?
Zetti – Passei na Libertadores e no Paranaense de 2007 (no comando do Paraná), que também foram duas competições tumultuadas. Houve uma semana em que jogamos na quarta-feira pelo Paranaense e na quinta, pela Libertadores. Mas não tinha vivido essa situação de todos os jogos serem decisivos. E sempre correndo atrás, não é?
ZH – E como está enfrentando a situação?
Zetti – A reação do time está sendo
ótima, e chegamos a 21 jogos em 120 dias de temporada sem lesão muscular grave.
ZH – Você já conhecia alguém do grupo antes de chegar?
Zetti – Conhecia o Lauro, o Michel e o Alemão de jogar contra, e o Mendes de acompanhar no futebol. Mas agora já tenho o perfil completo do grupo, tenho facilidade de assimilar isso rapidamente.
ZH – Nessa correria de Gauchão e Copa do Brasil, dá para planejar a Série B?
Zetti – Já estou planejando o geral, pensando o que estamos fazendo agora, com foco nas duas competições. Isso tudo já serve de teste aos atletas, para ver quem suporta mais esforço. E não deixo de pensar que os estaduais estão terminando e que temos de trazer atletas para fortalecer alguns setores. Não podemos perder tempo, porque as outras equipes também já estão fazendo essas observações.
ZH – A partir dos resultados dos últimos
jogos (Madureira, Grêmio e Inter-SM), você acredita que o seu time esteja
adquirindo uma característica de atuar bem fora de casa?
Zetti – Acho que é momento da equipe. Tenho alguns jogadores que posso usar conforme o padrão de jogo. Sou um cara ofensivo, gosto de buscar o gol. Acho que assim a gente corre riscos, mas cria oportunidades para vencer e fica mais perto da vitória. Hoje eu sei que jogadores eu tenho.
ZH – Essa vocação ofensiva é herança do Telê?
Zetti – O Telê sempre jogou com time ofensivo, não se preocupava em defender, mas tinha jogadores para isso. Quando você pensa num ataque com Muller, Palhinha, mais Leonardo, Raí, Cafu e Vítor chegando de trás... O Telê fazia muito isso, usava a qualidade do jogador. Mas eu não tenho o perfil dele, não tenho a preocupação de copiá-lo ou copiar algum outro treinador. Agora, sou muito observador. Sempre observei muito bem os treinadores com quem trabalhei. Observei muito o Telê, o Ênio, o Wanderley, o Leão, o Parreira...
ZH – Qual a expectativa para a
final do Gauchão?
Zetti – Vai ser gostoso. É uma sensação gostosa passar por tantas fases e saber que todos os adversários que superamos foram valentes. Foi como uma conquista mesmo em Santa Maria, porque eles foram bravos. Quando você chega para buscar um título é uma situação gostosa, tenho que dizer isso mesmo. Mas teremos que ser valentes, fazer o que a gente sabe, fazer o nosso melhor. Não vai ser fácil. A final exige muitos detalhes, tem que observar tudo o que ocorre a sua volta. Será uma grande semana.
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