| 31/03/2008 23h12min
Quando o Avaí deixou escapar o título do turno, Marquinhos sofreu em dobro, por ser jogador e torcedor do time. Ao vencer o Figueirense no Orlando Scarpelli pelo Estadual e quebrar o tabu de 20 anos, o meia, que comandou o Leão na partida, pôde extravasar.
— Lavamos a alma. A vitória será um divisor de águas — afirmou.
Marquinhos disse que estava confiante antes da partida. Falou aos amigos e dirigentes que seria o nome do jogo. Via também, em seus companheiros, vontade de vencer.
— Eu ouvia gozação. Tiravam onda porque o Figueirense é da Série A, e minha família toda, que torce para o Avaí, sofria. Foi hora de extravasar — contou.
Marquinhos comandou a vitória e conseguiu a expulsão de Elton, logo aos 15 minutos do primeiro tempo, fez o cruzamento para o primeiro gol e o lançamento para o segundo e segurou o jogo quando precisava. Depois, curtiu a glória. Antes de chegar em casa, atendeu o telefonema de sua sogra. Preocupada, ela achava que o jogador não poderia entrar em casa.
— Tinha uns 30 tocadores me esperando. Enquanto tocava o hino do Avaí, eles me levantavam, estavam também com bandeiras do time. Também dançavam o Créu (coreografia que Marquinhos fez na comemoração). Eu chorava. As pessoas que brigam por mim estavam lá. Ser da terra é complicado — avaliou.
Na manhã desta segunda-feira, o meia foi até a Escolinha da Astel, onde seu filho Marcos Vinícius, de 6 anos, treina futebol. Conversou com os garotos, deu autógrafos, até para meninos do Figueirense. O filho, no entanto, diz que quer ser veterinário.
Foi a mesma escolinha onde Marquinhos começou no futebol. Quase tornou-se jogador de futsal. Estava praticamente acertado com o Jaraguá, hoje a Malwee, mas seu treinador, o professor João Gualberto Neiva de Mesquita, o levou ao Avaí. Em 20 minutos de teste, treinando com os profissionais, botou uma bola na trave. Gonzaga Milioli chamou o garoto, que fez seu primeiro contrato.
Ainda tem muita bola pela frente
Marquinhos já atuou em times como São Paulo, Flamengo, Paraná e Bayer Leverkusen, da Alemanha. Disse, no entanto, que este é um dos melhores começos de ano, já que sofreu, em diversas ocasiões, com lesão. No ano passado, por exemplo, no Atlético-MG, melhorou de uma contusão no joelho, mas machucou o ombro. Diz que a auto-estima dele foi melhorando, mas ainda precisava de um jogo como o de domingo.
— Depois da perda do turno, a sensação que eu tinha é de que o seria melhor o campeonato terminar logo. O time ficou abalado, cabisbaixo. Sem confiança, o atleta não consegue jogar. Agora estamos crescendo na hora certa. Mas precisamos manter os pés no chão — afirmou.
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