| 21/03/2008 12h35min
Ana Paula/Shelda, Leila/Sandra e Maria Clara/Carol. Pelos próximos quatro meses, estes seis nomes não sairão da cabeça de Renata e Talita. Atualmente com 3.940 pontos no ranking que define os classificados para Pequim 2008, elas reiniciam na próxima semana a batalha para se manter como a segunda melhor dupla verde-amarela na seletiva olímpica.
De acordo com os critérios estabelecidos pela Federação Internacional de Voleibol (FIVB), poderão lutar pela medalha de ouro na China as 24 parcerias que obtiverem os oito melhores resultados no Circuito Mundial entre 1º de janeiro de 2007 e 20 de julho de 2008, obedecendo-se o critério de um máximo de duas duplas por país e pelo menos uma parceria por continente.
Com nada menos que 5.200 pontos na lista, Larissa e Juliana estão muito próximas da primeira vaga brasileira. Sobra então a segunda oportunidade, atualmente aproveitada por Renata e Talita. Um lugar que é cobiçado por seis atletas que somam juntas nada menos que sete
medalhas olímpicas na
quadra e nas areias, além de dez títulos do Circuito Mundial de vôlei de praia. A batalha tem mais 11 rounds previstos ao redor do mundo e o primeiro começa já nesta terça-feira, com a disputa dos qualificatórios da etapa de Adelaide, na Austrália, para onde Renata e Talita embarcam neste sábado.
– Apesar de matematicamente ainda ser possível, a vantagem da Juliana e Larissa é muito difícil de ser tirada. Por isso, eu acredito que a nossa vaga atualmente é a única em jogo – reconhece a carioca Renata.
Sabendo, entretanto, que estar em Pequim depende mais do que nunca somente da própria dupla com Talita, ela procura se tranqüilizar.
– Não temos nada garantido, mas se mantermos essa vantagem que temos do ano passado a vaga está confirmada.
Neste momento e, com a dissolução das parcerias Leila/Ana Paula e Adriana Behar/Shelda, a dupla mais próxima das duas é Maria Clara e Carol. Filhas da estrela Isabel Salgado, as jovens promessas
do vôlei de praia somam 2680 pontos. Com apenas
uma etapa sendo contabilizada até o momento, Ana Paula/Shelda possuem 240, contra nenhum de Leila/Sandra Pires, que passa a disputar o Circuito Mundial somente agora.
As três duplas que pleiteiam o lugar de Renata e Talita apostam suas fichas em quatro etapas em especial: Berlim, Paris, Stavanger (Noruega) e Moscou. Todas são denominadas pela FIVB como “Grand Slam”, ou seja, valem o dobro de pontos de um torneio comum, também chamado “open”. E, foi justamente por conta de maus resultados nas disputas mais importantes de 2007 que Renata e Talita não podem se dar ao luxo de estarem tão confortáveis quanto Larissa e Juliana.
Os melhores resultados delas em Grand Slams de 2007 foram as quinta colocações em Berlim e na cidade austríaca de Klagenfurt. Em Stavanger, as duas ficaram apenas em 17º lugar, pouco melhor que em Paris, de onde saíram com a 25ª colocação.
– Normalmente, chegamos a ficar três meses fora do país e os Grand Slams do ano passado
coincidiram justamente com o final de uma
fase destas. Houve um cansaço psicológico e físico muito grande – justifica Renata.
Para a sul-matogrossense Talita, foi outra a causa para a queda de rendimento da dupla campeã da edição 2007 de duas etapas open (Cingapura e Marselha) e bronze em mais duas oportunidades (Xangai e Espinho(Portugal).
– Acredito que a gente pegou muitos cruzamentos complicados e, quando isso não aconteceu, não soubemos aproveitar nossas oportunidades. Agora, é esquecer estes resultados – comenta a atleta.
De acordo com ela, o troca-troca de duplas que marcou o início da temporada 2008 do vôlei de praia brasileiro foi benéfico para sua parceria.
– Esse fator nos favoreceu porque elas estão quase zeradas no ranking e, apesar de toda a vontade que possui uma dupla nova, o Circuito Mundial não é fácil – avisa.
Renata, porém, alerta para os perigos que podem minar o sonho olímpico da dupla.
– A Ana Paula e a
Shelda são atletas muito boas e têm bastante experiência no Circuito Mundial
e em Olímpiadas, o que importa muito esta hora. Também aponto como grandes rivais a Maria Clara e a Carolina, que são a dupla mais próxima da gente neste momento – afirma.
Depois de treinarem até no Centro de Treinamento da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), em Saquarema, as duas embarcam confiantes na conquista do carimbo do passaporte para Pequim. E já possuem uma tática em mente.
– Para a gente, a situação não é fácil. Por isso, é melhor pensarmos que não temos pontos no ranking ao invés de jogar lembrando temos uma vantagem sobre elas – ensina Talita.
Renata, por sua vez, prega a tática de se “esquecer” das adversárias . “Estamos mais preocupadas com a gente e não com as outras duplas. A nossa preparação foi voltada para nós”, garante a atleta, que minimiza a importância dos Grand Slams para a dupla.
– O importante é que entramos o ano com um passo à frente e se os resultados que conseguirmos nos torneios open forem
bons, estamos nas Olimpíadas. A maior parte dos
pontos que nos dão a vaga em Pequim neste momento foram conquistados justamente nestes torneios, não em Grand Slams. Estamos pensando etapa a etapa neste ano da motivação, com uma Olimpíada vindo aí – completa a carioca.
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