| 18/03/2008 23h48min
Pelo menos 105 tibetanos que participaram dos protestos em Lhasa contra a repressão chinesa se entregaram à polícia até a noite de terça-feira, informou a agência oficial Xinhua.
O anúncio das rendições foi feito pelo governo da Região Autônoma do Tibete, mais de um dia depois do fim do prazo que havia sido dado pela China, que prometeu "clemência" aos que se entregassem e fez ameaças de duros castigos aos que não procurassem as autoridades.
Segundo Pequim, 13 civis morreram nos confrontos. Mas fontes independentes e o governo tibetano no exílio garantem que cerca de cem pessoas perderam a vida nos últimos dias.
A Xinhua informa que um dos tibetanos que se renderam, de 25 anos, estava embriagado em casa durante a revolta quando ouviu gritos de "saia ou queimaremos sua casa".
O jovem então decidiu seguir "às cegas" a multidão que tomava as ruas e ajudou a destruir a pedradas um automóvel
e uma caminhonete.
Outro homem, de 53 anos, disse que ao ouvir a
mesma ameaça contra sua propriedade resolveu se juntar aos manifestantes. Porém, muito perturbado pelo que tinha feito, decidiu se entregar.
O vice-presidente do governo tibetano, Baema Chilain, assegurou que todas as pessoas que se entregaram participaram diretamente dos confrontos, dos saques e dos incêndios registrados desde sexta-feira.
— Alguns devolveram o dinheiro que roubaram — acrescentou.
Os protestos de Lhasa, os piores em duas décadas, começaram com as manifestações pacíficas que os monges budistas promoveram em 10 de março por ocasião do 49ª aniversário da fracassada rebelião tibetana contra o domínio chinês.
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