| 09/03/2008 16h37min
A investigação da morte de um comissário de bordo, em dezembro, levou a Polícia Civil a um dossiê envolvendo o Fluminense e o Banco Rural, que teria protegido o clube do pagamento de dívidas trabalhistas entre 1999 e 2003. Nessa época, David Fischel ocupava a presidência tricolor carioca. As informações são do site GloboEsporte.com
Segundo a reportagem da edição deste domingo do jornal "Extra", Daniel Gustavo Pereira de Jesus – que se atirou ou foi jogado do Hotel Pestana, em Copacabana - possuía um dossiê no fundo falso do seu laptop. O documento mostra como o esquema fraudulento seria operado e contém extratos bancários, demonstrativos financeiros, requisições de cheques administrativos e mandados de penhora expedidos por juízes trabalhistas.
As manobras aconteciam de diversas formas. Numa delas, um funcionário do Banco Rural desviava o dinheiro depositado pelo patrocinador para outra conta, com o objetivo de que não fosse encontrado pela Justiça. Em outra, a agência fazia a transferência do dinheiro quando um oficial de Justiça chegava ao banco para executar o bloqueio de uma conta questionada. Segundo o dossiê, o clube usava sete contas bancárias para o operar esquema.
Quando o Fluminense negociava um jogador, a agência do banco avisava ao clube quando o dinheiro caía na conta corrente para que o saque fosse feito por meio de carros fortes.
O ex-presidente David Fischel disse nunca ter ouvido falar de Daniel Pereira de Jesus, que morreu aos 22 anos, e negou o esquema com o Banco Rural. Admitiu, no entanto, que era difícil administrar um clube com muitas dívidas.
– Você tinha penhora, ações trabalhistas, que bloquevam as contas. Volta e meia, tinha problema. Era um processo complicado – afirmou ao jornal, afirmando ainda desconhecer a liberação de cheques administrativos mesmo com as contas negativas.
Por meio de sua assessoria, o Banco Rural também negou as acusações e definiu como "puro delírio" a informação contida no dossiê.
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