| 28/12/2007 08h45min
Saja foi econômico nas despedidas no Olímpico nesta quinta-feira. Abraçado ao roupeiro Marco Aurélio, o Alemão, explicou que não se tratava de um adeus, mas de um "até breve". Ao meio-dia, o goleiro argentino embarcou para Buenos Aires convencido de que, em junho, estará de volta ao Grêmio.
– Quarta-feira, assinei a rescisão com a esperança de assinar em seguida um novo contrato. Deus quis que eu saísse agora. Mas tenho certeza de que volto. Quero revanche com o Boca na Libertadores de 2009 – afirmou Saja, devolvido ao San Lorenzo.
O goleiro tinha certeza da permanência. Mesmo em recuperação da cirurgia no ombro esquerdo, ajudou a convencer Rafael Savino, presidente do San Lorenzo, a prorrogar seu empréstimo. Até o novo salário estava acertado. Para o jogador, a desistência do Grêmio pode ter decorrido de um equívoco quanto à data de retorno aos treinos.
– A previsão inicial era março. Mas já corro e faço exercícios de peso para
os braços. Devo voltar a treinar
com bola em 15 de janeiro – acredita.
A recuperação antes do prazo previsto é resultado de sessões diárias de fisioterapia, realizadas em centro de reabilitação de Buenos Aires — o San Lorenzo concedeu férias a seus médicos.
Na avaliação de Saja, o desgaste físico, provocado pelo excesso de jogos com características de decisão, e o elevado número de cirurgias estão entre as causas do fracasso gremista na reta final do Brasileiro. A lembrança mais forte que leva da passagem pelo Grêmio foi a derrota de 2 a 1 para o Figueirense, no dia 3 de novembro.
– Foram sensações distintas. O primeiro tempo foi glorioso. Entrei para a história por ser o único goleiro a ter feito gol pelo clube. O segundo foi triste, pela lesão e pela falha no gol – conta.
Antes da despedida, Saja passou no teste de popularidade junto aos torcedores. No estacionamento do estádio, ao lado do empresário Walter Cirne, atendeu a um pedido de Renato
Verno, funcionário dos Correios.
–
Dá um autógrafo para meu filho? Ele tem sua foto na tela do computador – disse Verno.
Na fila de embarque, no aeroporto Salgado Filho, sofreu novo assédio de torcedores. Todos inconformados com sua saída do Grêmio.
– Adquirimos uma química, a torcida e eu. Não esperava tanto. O Grêmio foi o clube que melhor me recebeu depois do San Lorenzo. Só tenho a agradecer – emocionou-se Saja, cuja carreira inclui passagens também por Bréscia, da Itália, Rayo Vallecano e Córdoba, da Espanha, e América, do México.
Antes do embarque, o argentino ainda pagou taxa por excesso de bagagem ao despachar uma bicicleta para a filha Bernardita, de três anos.
– Ela disse que eu não poderia voltar sem o presente – brincou o goleiro.
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